Quem, no fundo, é Bruna Paiva?

Acabo de terminar o quarto capítulo de um livro que tem me feito pensar bastante. O livro é o “Não se Apega, Não” da Isabela Freitas, e provavelmente vai ganhar uma resenha em meu blog na seção “Na Estante”. Mas não consegui esperar o fim para escrever inspirada nele. O que acontece é que, dentre os vários questionamentos que esse livro tem me causado, um me intrigou muito nesta tarde: quem sou eu?

No fundo, sério, quem é a Bruna?

Sou uma garota de 16 anos que não se considera nem mulher nem menina, talvez um pouco adolescente demais. Que não anseia nem um pouco por completar 17 porque acha uma idade sem graça, sem sal. Meio insegura e durona, talvez fria ou grossa demais e ao mesmo tempo sensível e frágil.

Sou uma garota que morre de medo de ficar sozinha em casa à noite. Que dorme agarrada num ursinho chamado Charlie Brown, isso mesmo, em homenagem à banda. Que sonha acordada antes de pegar no sono e quando está no chuveiro. Sou uma menina que cada vez que está de frente com algum de seus ídolos volta a ter 11 anos de idade e chora como se não houvesse amanhã.

Uma menina que, assim como a personagem do livro, gosta de acreditar no melhor das pessoas. E que já se ferrou bastante por causa disso. Alguém que já sofreu com amores e desamores, amizades e desamizades… E que, por mais que seja avisada, só consegue aprender com os próprios erros, vendo o próprio sangue derramado.

Sou blogueira. Aprendi a amar o meu blog e ter certeza de que ele é um dos meus projetos de vida. Uma garota que ama contar histórias e que, sim, sonha em ser uma grande escritora. Sou uma bailarina que se esforçou muito para passar por alguns obstáculos e que ainda pretende passar por muitos outros. Gosto de sonhar alto e acredito nos meus ideais.

Sou uma menina que não arrisca entrar com o pé esquerdo em lugar nenhum. E que não tira um pingente de olho grego do pescoço por nada nesse mundo. Passar em baixo de escada? Nem pensar. No Ano Novo, pulo 7 ondas e me visto de branco. Superstição? Pode até ser, mas não gosto de dar chance pro azar.

Uma garota que se derrete de tanto chorar assistindo às comédias românticas. Que não assiste nem lê nada de terror de maneira alguma, caso contrário, o medo de ficar sozinha de noite só aumenta.

Sou uma garota que deveria estar estudando para a próxima prova de História à essa hora, mas que não conseguiu se concentrar em D. Pedro com toda essa questão pairando na cabeça.

Tenho sonhos e metas que traço para minha vida. Só consigo me desestressar escrevendo ou dançando. Tenho mania de deixar tudo acumulado dentro do peito e um dia explodir por alguma coisa idiota. Uma adolescente que como muitas outras queria mudar o cabelo, mas ao mesmo tempo gosta dele natural…

A Bruna é uma garota que não é cercada de milhares de amigos, mas os que têm são os melhores do mundo. Ela adora ter amigos meninos e se diverte com as besteiras que eles falam. Defende que a amizade entre sexos opostos é possível sim, e é uma das melhores.

Uma garota que prefere Twitter a Facebook, Qualy a manteiga e amendoim a castanhas. Que devora em horas um pacote de pão de forma completamente puro. Que ama usar batom vermelho, mas não arrisca nada além do nude para ir pra escola.

Uma aluna que pira com cada nota baixa mesmo que ela não signifique nada além de falta de atenção ou dificuldade em determinada matéria. Sou alguém que tem paixão pela leitura e a quem ela acabou trazendo até este texto.

Sou uma menina, uma mulher, uma blogueira, uma aluna, uma bailarina, uma sonhadora e, na real, tudo o que eu quiser ser… Não sei se essa que descrevi ainda serei eu daqui a uns cinco ou dez anos, mas acho que, por hora, consegui responder a essa questão que cismava em voar aqui dentro da minha cabeça.

Talvez agora eu devesse parar de pensar nisso e voltar para as aventuras de D. Pedro. Porque, sinceramente, não acho provável que minha professora me pergunte quem, no fundo, é Bruna Paiva…

*Texto originalmente publicado no blog Adolescente Demais

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