Pequenas histórias 54
Desmontam a estrutura
Desmontam a estrutura das festividades do passado reinando no presente o dia-a-dia corriqueiro. Soaram os sinos foguetórios de risos alegres despejando no velho as velhas esperanças abraçando o novo em esperanças novas. A noite se iluminou espocando brilhos em todas as direções. Gritos de vivas elevaram-se nos quatro cantos do país emborcando champanhes em saltos de ondas e comilança de lentilhas e outras previsões orando para que sejam concretizadas.
Desmontam a estrutura das festividades encravando na pele as rotinas burguesas onde os aflitos caem na realidade da terrível sobrevivência de carnês e dividas para vencer ou vencidas. Sempre o dia se abre em glorioso sorriso amarelado pelo sol que poucos observam. A sensibilidade não é para todos. A maioria são trabalhadores insensíveis aos devaneios da natureza. Não são poetas, pois poetas se alimentam do abstrato que os consomem em palavras nem sempre compreendidas.
pastorelli