Santo nome - em vão?

(cronica escrita em tempos pre-Dilma)

...E o Santo Padre elevou mais 5 beatos à categoria de santos. Damien, um belga que cuidava de leprosos na ilha de Molokai, e que até foi motivo de um filme, teve agora o seu reconhecimento e correspondente upgrade na galeria hagiológica do Vaticano.

Nenhum brasileiro entre os contemplados - desta vez. E de outras tantas, numa evidência de que ser o maior país católico do planeta não importa necessariamente em ter santos. Nosso até agora, só Frei Galvão, o das pílulas miraculosas. Verdade que ele foi precedido por uma santa, de Santa Catarina, mas nascida na Itália. E de cujo nome até me já esqueci. Ou me não ocorre neste momento. E quem sabe até ela não teria requisitado o passaporte italiano, que lhe daria menos trabalho na

terra e no firmamento. Ou a própria Itália pode tê-la reivindicado. Não é pecado.

Tivemos um Santos, imaculado no uniforme, e divinamente preto no jogar, com o Pelé a comandar. Proporcionou tantas alegrias ao nosso Brasil. E depois parece ter tomado doril. Não foi de semelhante impacto o São Paulo que o substituiu.

Mas precisamos mesmo de santos, mesmo na Bahia, que reivindica ser de tantos? O próprio Anchieta, que escreveu nas areias os belos poemas à Virgem, anda com o processo de santificação encalacrado faz tempo. Sem melhor sorte anda o Padim Ciço, e a igreja nem parece querer falar niço. Helder Câmara foi santo pra muitos, mas um demo pro regime que tivemo, e num queremo. Acertemo?

A verdade contudo, penso eu, e proclamo, é que não precisamos de santos num país onde qualquer um, e muito cidadão comum é via-de-regra pego para Cristo. Demais nosso mandatário, na sua postura e barbura divina e com seus mais de 80 por cento de aceitação, não só parece, mas tem caboco até que lhe faz prece.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 22/09/2014
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