TIO BENA DO PORTO ARTHUR
No Estado do Pará. Numa ilha fluvial chamada Mosqueiro, na qual é banhada pela baia do Marajó, onde há praias de água doce com ondas, vivia o senhor tio Bena ,assim era conhecido esse nativo, na localidade do Porto Arthur. Ele morou na Rua Pires Teixeira, mas todos o encontrara na casa da família Fernandes, localizada no mesmo local, porém na Av. Beira Mar. Ele era empregado com ofício de caseiro e tinha a humildade de um pescador. Por isso era muito popular na ilha e todos os conheciam de um extremo ao outro, ou seja, desde a ponta da Baia do Sol até a Vila (dois lugarejos da ilha)
Tio Bena contou muitas estórias, quando era pescador, uma delas marcara para sempre na parede de minha memória. Foi quando atracara seu barco, lotado de filhotes e dourados (naquela época a fartura era tanto entre os pescados) à beira da praia do Porto Arthur, vindo de uma pescaria, com mais ou menos seis dias de estadia na baia.
No local do desembarque, havia às proximidades, uma taberna (um comércio) cujo dono era o senhor Edgar. Nesse local, os pescadores negociaram os peixem pescados na baia.
Nessa hora, os pescadores ficaram realizados, porque não é fácil conviver com a solidão no mar e quando pisaram em terra firme, mesmo com pouco de dinheiro no bolso, era motivo para uma noitada de festejos.
Nesse festejo, eles tomaram umas garrafas de aguardente e o tira gosto era os próprios peixes pescados na baia (nesse caso o peixe fresco ficara mais saboroso ). Esses pescadores ficavam lá pelas tantas e sempre pitavam o antigo cigarro chamado o “porronca” (cigarro enrolado, na hora, com um papel fino e tabaco). Era de costume, o porronca ser passado de mãos em mãos, no qual eles pitaram com ares da euforia.
Tio Bena, sempre, participava dos festejos porque gostava de fumar e beber. Mas deixa estar, foi num desses festejos, algum pescador mal intencionado enrolara o porronca e dera para tio Bena pitar. Passadas, algumas horas, tio Bena ficara hilariante, ria à toa e com uma coragem fora do normal, após fumar o porronca. Até então, o tio Bena aceitara participar de algumas brincadeiras. Mas uma delas, era mal intencionada e partira da boca de alguem de quem dizia ser seu amigo. Nesse caso, fugia o significado da palavra brincadeira sadia. E sendo assim, um deles pedira ao festeiro (tio Bena), se aceitara um desafio: escalar uma árvore próxima à taberna.
A árvore era um Tucumanzeiro (árvore com espinhos muito longos localizado no seu tronco, cuja fruta se chama tucumã). Tio Bena não pensara duas vezes e nem medira as consequências, andara a passos largos e abraçara o tronco da árvore, fez muito esforço na tentativa de chegar a copa da árvore.
Foi uma dificuldade tamanha, para esse homem se deslaçara do tronco da árvore. Mas o sol aparecera e iluminara o nosso planeta com os primeiros feixes de luz e numa tremenda rapidez chegaram alguns comentários . Um deles, o mais sensato, era dito: o porronca pitado, pelo tio Bena, estara misturado com maconha.
Ora, de que adiantara essa informação, o alucinógeno já havia sido consumido por tio Bena, que se encontrara acamado, com febre alta e dores insuportáveis no corpo. Devido os espinhos longos cravados na sua massa corpóreo. Isso lhe fizera pedir ajuda, a seus familiares que retiraram os espinhos mais aprofundados na carne. Desde esse episódio, tio Bena, nunca mais fumou porronca. Aliás minto, não enrolado por pessoas estranhas.
Passados anos a fio passei a acreditar que Deus o abençoara, dando-lhe um dom que curava as pessoas. Por ocasião de uma recompensa , desde quando o fizera aquela antiga e tal maldade, ditada da palavra brincadeira de mau gosto, na qual o deixara com cicatrizes profundas em seu corpo.
Contudo, o nosso Pai Grandioso o recompensara: Tio Bena usava suas próprias mãos para curar quando as pessoas caíam e se machucavam. Com a mistura de ervas medicinais da Amazônia, na qual resultava em remédios caseiros, ele aplicava uma série de massagem em seus clientes e num toque sutil, acredito era Divino, curava muitas pessoas do Mosqueiro e até de Belém do Pará.
Era uma benção que permanecera com ele até o final de sua trajetória. Essa tarefa divina que fazia o bem para muitos aqui nessa terra, sem pedir dinheiro e muitos menos favores, deixou saudades a todos. Mormente, aqueles que os procuravam por seus cuidados, e todos ficavam impressionados pelas curas. Por isso, ele ficara conhecido, como "Doutor Raiz". Tio Bena, esteja onde estiver, sei que estás em paz e com Deus.
MANOEL ANTUNES
No Estado do Pará. Numa ilha fluvial chamada Mosqueiro, na qual é banhada pela baia do Marajó, onde há praias de água doce com ondas, vivia o senhor tio Bena ,assim era conhecido esse nativo, na localidade do Porto Arthur. Ele morou na Rua Pires Teixeira, mas todos o encontrara na casa da família Fernandes, localizada no mesmo local, porém na Av. Beira Mar. Ele era empregado com ofício de caseiro e tinha a humildade de um pescador. Por isso era muito popular na ilha e todos os conheciam de um extremo ao outro, ou seja, desde a ponta da Baia do Sol até a Vila (dois lugarejos da ilha)
Tio Bena contou muitas estórias, quando era pescador, uma delas marcara para sempre na parede de minha memória. Foi quando atracara seu barco, lotado de filhotes e dourados (naquela época a fartura era tanto entre os pescados) à beira da praia do Porto Arthur, vindo de uma pescaria, com mais ou menos seis dias de estadia na baia.
No local do desembarque, havia às proximidades, uma taberna (um comércio) cujo dono era o senhor Edgar. Nesse local, os pescadores negociaram os peixem pescados na baia.
Nessa hora, os pescadores ficaram realizados, porque não é fácil conviver com a solidão no mar e quando pisaram em terra firme, mesmo com pouco de dinheiro no bolso, era motivo para uma noitada de festejos.
Nesse festejo, eles tomaram umas garrafas de aguardente e o tira gosto era os próprios peixes pescados na baia (nesse caso o peixe fresco ficara mais saboroso ). Esses pescadores ficavam lá pelas tantas e sempre pitavam o antigo cigarro chamado o “porronca” (cigarro enrolado, na hora, com um papel fino e tabaco). Era de costume, o porronca ser passado de mãos em mãos, no qual eles pitaram com ares da euforia.
Tio Bena, sempre, participava dos festejos porque gostava de fumar e beber. Mas deixa estar, foi num desses festejos, algum pescador mal intencionado enrolara o porronca e dera para tio Bena pitar. Passadas, algumas horas, tio Bena ficara hilariante, ria à toa e com uma coragem fora do normal, após fumar o porronca. Até então, o tio Bena aceitara participar de algumas brincadeiras. Mas uma delas, era mal intencionada e partira da boca de alguem de quem dizia ser seu amigo. Nesse caso, fugia o significado da palavra brincadeira sadia. E sendo assim, um deles pedira ao festeiro (tio Bena), se aceitara um desafio: escalar uma árvore próxima à taberna.
A árvore era um Tucumanzeiro (árvore com espinhos muito longos localizado no seu tronco, cuja fruta se chama tucumã). Tio Bena não pensara duas vezes e nem medira as consequências, andara a passos largos e abraçara o tronco da árvore, fez muito esforço na tentativa de chegar a copa da árvore.
Foi uma dificuldade tamanha, para esse homem se deslaçara do tronco da árvore. Mas o sol aparecera e iluminara o nosso planeta com os primeiros feixes de luz e numa tremenda rapidez chegaram alguns comentários . Um deles, o mais sensato, era dito: o porronca pitado, pelo tio Bena, estara misturado com maconha.
Ora, de que adiantara essa informação, o alucinógeno já havia sido consumido por tio Bena, que se encontrara acamado, com febre alta e dores insuportáveis no corpo. Devido os espinhos longos cravados na sua massa corpóreo. Isso lhe fizera pedir ajuda, a seus familiares que retiraram os espinhos mais aprofundados na carne. Desde esse episódio, tio Bena, nunca mais fumou porronca. Aliás minto, não enrolado por pessoas estranhas.
Passados anos a fio passei a acreditar que Deus o abençoara, dando-lhe um dom que curava as pessoas. Por ocasião de uma recompensa , desde quando o fizera aquela antiga e tal maldade, ditada da palavra brincadeira de mau gosto, na qual o deixara com cicatrizes profundas em seu corpo.
Contudo, o nosso Pai Grandioso o recompensara: Tio Bena usava suas próprias mãos para curar quando as pessoas caíam e se machucavam. Com a mistura de ervas medicinais da Amazônia, na qual resultava em remédios caseiros, ele aplicava uma série de massagem em seus clientes e num toque sutil, acredito era Divino, curava muitas pessoas do Mosqueiro e até de Belém do Pará.
Era uma benção que permanecera com ele até o final de sua trajetória. Essa tarefa divina que fazia o bem para muitos aqui nessa terra, sem pedir dinheiro e muitos menos favores, deixou saudades a todos. Mormente, aqueles que os procuravam por seus cuidados, e todos ficavam impressionados pelas curas. Por isso, ele ficara conhecido, como "Doutor Raiz". Tio Bena, esteja onde estiver, sei que estás em paz e com Deus.
MANOEL ANTUNES