O CORPO E O TEMPO
 
Estou aqui pensando. Já não tenho o vigor de outrora, quando eu acordava e o dia parecia tão pequeno para as coisas que eu tinha que fazer.
Meus hormônios mantinham-me acelerado e não me faltava energia. Era uma profusão de células desenvolvendo-se que me mantinham sempre disposto e tudo que eu fazia por mais cansativo que pudesse ser não me deixava extenuado, estando eu sempre disposto para outras tarefas de forma natural.

Bendito os meus tempos de infância e juventude quando meu corpo era uma máquina de fabricar energia.
Mas com o tempo toda máquina sofre desgaste. Aqui e ali, alguma peça começa a apresentar sinais de saturação ocasionada pelo tempo de uso. Não importa o cuidado que se teve a fim de protelar o envelhecimento.
Algumas máquinas apresentam sinais precocemente, talvez que, em condições normais, por não terem recebido a atenção necessária e um cuidado preventivo devido que possa ter ocasionado desgaste em consequência da utilização sem critérios de prevenção.
Outras naturalmente, seguindo o tempo natural de vida útil, inevitavelmente vão apresentando sinais de corrosão pela passagem do tempo, necessitando de atenção especial a fim de possibilitar que ainda por algum tempo possam perdurar mesmo com limitações, se não acompanhadas por aquele vigor de outrora, pelo menos com o que de melhor possa oferecer: competência e experiência.
Assim é o nosso corpo diante do implacável tempo, insistindo em querer mais um tempo e resistindo e relutando para que o tempo demore a passar.

 

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Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 21/09/2014
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