Leitura da Rua (2)
Um retorno aos tempos onde havia realmente a comunicação, quando ainda se conversava olhando ao rosto com quem se falava. Agora ...
Telefone de latinhas - Inocência e Pureza.
Observei que duas crianças brincavam com ‘telefone de latinhas’.
Não era festa só para elas, mas que despertou em mim envolvente nostalgia.
Estavam a uma distância de três ou quatro metros da outra e falavam numa altura que daria ouvir a cinquenta metros. Sem o telefone.
Mas para elas a magia de serem ouvidas através do telefone de latinhas estava na imaginação e pureza.
Legal, muito legal.
Diziam:
- Vooce esstá mee escuutando ?
- Claaroo que tôôô.
- Vaamos brinnccar láá eem caasa ?
- Nããoo vaamoos ficar aqui meesmoo.
- Táá leegaal briincar na ruua.
- éé maaiis legal. Toodo muundo vêê na inveençãoo.
- éé meesmoo.
- quuandoo chegaar eem casa vouu mostrar prá maamãaee o quuee fiizeemoos.
- até vaaii queereer faalar em nossoo telefonee de laatiinhaas.
- fiicoou leegaal nossa inveençãão.
- ôôô
- Tchaauu Aniiinha
- Tchaau Luucinha.
Se aproximaram e conversaram para ver quem iria ficar com o telefone de latinhas, decidindo que cada uma ficaria uma semana.
A primeira com Aninha.
Porém, Lucinha pediu para que fossem até sua casa mostrar à sua mãe o ‘aparelho de comunicação’.
Seguiram alegres e envaidecidas pela invenção.