A MAÇÃ DO DAGOBERTO

A MACÃ DO DAGOBERTO

Jogos Abertos do Interior, em São Caetano do Sul-SP, ano de 1964. A equipe de natação ficava ali na beira da piscina, aguardando chamada para as provas. E rolava cada papo! Era uma ocasião de socializar com os amigos, contar umas mentiras e trocar idéias. E aconteciam coisas incríveis, só quem vivenciou essa beira de piscina sabe. Em conversa com o Dagoberto Battochio, o nosso Dago, soube que êle havia trazido um verdadeiro tesouro para a piscina: uma maçã enorme, maravilhosa, apetitosa, mais ainda para quem estava há mais de duas horas sem comer nada esperando sua prova. Imediatamente falei: “ -Quero uma mordida!” ao que o Dago falou “ – Aprimeira mordida vai ser dela!”. E apontou uma das nadadoras que, se não era das melhores, era uma das mais bonitas. E, com certeza, a mais fresca e convencida. Não lembro o nome, se ela ler e lembrar que me desculpe. E o Dago lustrou a maçã, se dirigiu à moça e, gentil e inocentemente, disse:”- Tenho uma coisa para você”. E ofereceu a maçã para ser mordida. Surpreendentemente a moça tomou a maçã das mãos do Dago, guardou na sua bolsa e agradeceu: “-Que delícia! Muito obrigado!”. E virou as costas ao Dago, que ficou com uma cara ao mesmo tempo surpresa e irada e, porque não dizer, muito puto da vida.

Demos muitas risadas do fato.

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 20/09/2014
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T4969471
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