INTERNET.

Sento, hoje, no restaurante onde almoço todo fim de semana com minha mulher ao menos, por vezes com toda a família. O dono, meu conhecido, se aproxima e pergunta que vinho vou tomar e faz sinal com os olhos para sinalizar a mesa ao lado com aproximadas dez pessoas, todas mergulhadas em seus instrumentos informatizados.É um grande e espaçoso restaurante e muitas outras mesas estão na mesma situação. Um cenário comum em nossos dias.

É a grande distância que hoje está cada vez mais ausentando o homem de sua essência, se comunicar DEVIDAMENTE.

“Este século vive um paradoxo: MESMO CONSIDERADA UMA ASPIRAÇÃO UNIVERSAL, A COMUNICAÇÃO FOI REDUZIDA A FERRAMENTAS TÉCNICAS, como o rádio, a televisão e, principalmente A INTERNET. Os estudos sobre o assunto só falam em internet, mídia digital, redes sociais...Tudo bem, MAS E DEPOIS? EM ALGUM MOMENTO TEMOS QUE DESLIGAR O COMPUTADOR E CONVERSAR COM ALGUÉM. É aí que começa o desafio da comunicação humana, QUE É MUITO MAIS DIFÍCIL DO QUE A COMUNICAÇÃO TÉCNICA” Caixas altas nossas. Dominique Wolton, sociólogo, Diretor de Pesquisas do Centre National De La Reserche Scientifique, com mais de trinta livros escritos, especialista em informação e comunicação de origem francesa.

Essa triste situação visível em qualquer local mostra a fuga do homem de seu semelhante. Aparentemente fica sujeito à informação seja qual for seu nível, que agrada pela desinformação existente, pois a recepção é deficiente, e permanece distante da comunicação, que fica trôpega para esclarecer, irreal a aproximação. Conheço de perto a irrealidade exemplar da internet.

O homem está mais e mais desumanizado. Quer distância de seu semelhante. A proximidade que fica longe, por isso falsa e desumana.

É difícil enfrentar a comunicação humana, verdadeira, longe de biombos onde a pessoa pode ser tudo que não é, esta a primeira dedução pacífica desse cemitério em que se encontra a comunicação humana. Sepultou-se a afetividade que necessita da fala e da presença. Ignora-se a presença e privilegia-se a ausência, nos restaurantes, nas reuniões, até no namoro, pasme-se, e perigosamente na direção de veículos. Transitam pelas ruas os idiotas que falam aos celulares e hoje já cretinamente digitam mensagens desviando-se da necessária vigilância do tráfego, uma conduta altamente criminosa, COM ENORME INCIDÊNCIA EM ACIDENTES, pior, sem punição devida, como tudo no Brasil.

Lamenta-se que o homem cada vez mais não se encontre, é a ignorância aliada à desinformação, somada à leviandade, tudo que no fim desemboca em despreparo e deseducação, como origem de toda essa procissão de nulidades.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/09/2014
Reeditado em 21/09/2014
Código do texto: T4969394
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