UM DIA DE ZONZO
Crônica de Valdez Juval
Passei o domingo numa pasmaceira danada. Um tremendo baixo astral. Nada me “tocava”.
Não havia razão especial para tanto.
O diacho ficou o tempo todo me apoquentando e se apoderou de mim com um desânimo que me derrubava a todo instante.
A cabeça pesava e a mente não fixava a imagem nem o texto. Tudo que criava não conseguia chegar ao fim.
E as estórias de nada valiam.
Como começar a escrever se não sabia como terminar?
No meio tudo parava.
O meu corpo também acompanhava, ficando inerte, cansado, sem forças, sem ânimo. Até mesmo enjoado de existir.
Antes mesmo de um novo “branco”, opto por uma parada de tudo que faço ou estou por fazer.
Tenho certeza que não é doença e a malemolência me joga para um canto fazendo sentir que tenho que esperar que tudo passe e acabe.
Para evitar a frustação por não está valendo nada, vou ao bar, encho a taça de vinho e lentamente começo a degustar um tinto chileno, sentindo a transformação do tempo e do espaço para imaginar as cortinas se abrirem e se iniciar um novo espetáculo.
O mundo é outro e percebo como é ruim ir embora.
Ainda não teria chegado o meu momento!
Fiquei conformado que tudo tenha sido apenas uma zoeira.