O “talvez” que significa “não”
Conforme a certeza dos dicionários, “talvez” significa dúvida ou probabilidade, incerteza ou possibilidade... Na prática, descanso a quem se constrange a afirmar ou a negar ou a quem precisa de tempo para refletir sobre alguma coisa. Esse advérbio tem salvado muita gente de um “sim” ou de um “não”; de uma situação vexatória, adiando difícil decisão ou decisão já tomada, mas que ainda não deve ser anunciada. Quando se prorroga uma ação, sem alguma palavra, está se dizendo “talvez”.
“Talvez” é palavra preferida dos dúbios, dos indecisos, dos que estão “em cima do muro”. Embora que o Mestre nos admoeste “que seja o teu falar “sim”, “sim” ou “não”, “não”, o que disso passa procede do maligno” (Mt 5, 37), a falta de evidência nos exime desse pecado; por exemplo: informar sobre um objeto duvidoso ou definir uma coisa inevidente. Porque a falta de evidência ocasiona juízo precipitado, informações falsas, não verdadeiras, no mínimo, levianas. Há quem se aproveite disso para dizer o que quer e não, o que deve dizer. Usa a falta de evidência para não ser contraditado pelo fato ou esconde-se no “talvez” com vergonha do seu “sim” ou do seu “não”. Dizia meu amigo filósofo, anterior ocupante da minha cadeira 33 na Academia Paraibana de Letras, Francisco Pereira Nóbrega: “A virgem quando diz “não”, significa “talvez”; quando diz “talvez”, significa “sim”; e se diz “sim”, não é mais virgem. O político quando diz “sim”, significa “talvez”; quando diz “talvez”, significa “não”; e se diz “não”, não é político...”
Esse jocoso trocadilho demonstra dissimulação do desejo ou omissão da verdade: a insinceridade da virgem, mesmo tocada pelo desejo do prazer; e o político enganador, iludindo o eleitor. Escutei, no Ponto Cem Réis, que se deve votar “num político que menos mente”, o que pouco difere da já conhecida sentença: “votar naquele que menos rouba...” Ora, sempre existe o melhor: votar num que nunca furte o erário público. No caso, votar nos políticos sérios, sinceros, que têm o tirocínio equitativo de dizer “sim” aos pedidos que forem benefícios individualmente justos e coletivamente possíveis; votar no candidato que tenha hombridade de dizer “sim” aos adversários que demandem trabalho e seriedade com a coisa pública; e coragem de dizer “não” aos partidários ou correligionários que exigem sinecuras, benesses ofensivos ao bem comum. Nesse sentido, já dizia José Américo de Almeida: “Governar é a arte de contrariar interesses”.
“Talvez” é palavra preferida dos dúbios, dos indecisos, dos que estão “em cima do muro”. Embora que o Mestre nos admoeste “que seja o teu falar “sim”, “sim” ou “não”, “não”, o que disso passa procede do maligno” (Mt 5, 37), a falta de evidência nos exime desse pecado; por exemplo: informar sobre um objeto duvidoso ou definir uma coisa inevidente. Porque a falta de evidência ocasiona juízo precipitado, informações falsas, não verdadeiras, no mínimo, levianas. Há quem se aproveite disso para dizer o que quer e não, o que deve dizer. Usa a falta de evidência para não ser contraditado pelo fato ou esconde-se no “talvez” com vergonha do seu “sim” ou do seu “não”. Dizia meu amigo filósofo, anterior ocupante da minha cadeira 33 na Academia Paraibana de Letras, Francisco Pereira Nóbrega: “A virgem quando diz “não”, significa “talvez”; quando diz “talvez”, significa “sim”; e se diz “sim”, não é mais virgem. O político quando diz “sim”, significa “talvez”; quando diz “talvez”, significa “não”; e se diz “não”, não é político...”
Esse jocoso trocadilho demonstra dissimulação do desejo ou omissão da verdade: a insinceridade da virgem, mesmo tocada pelo desejo do prazer; e o político enganador, iludindo o eleitor. Escutei, no Ponto Cem Réis, que se deve votar “num político que menos mente”, o que pouco difere da já conhecida sentença: “votar naquele que menos rouba...” Ora, sempre existe o melhor: votar num que nunca furte o erário público. No caso, votar nos políticos sérios, sinceros, que têm o tirocínio equitativo de dizer “sim” aos pedidos que forem benefícios individualmente justos e coletivamente possíveis; votar no candidato que tenha hombridade de dizer “sim” aos adversários que demandem trabalho e seriedade com a coisa pública; e coragem de dizer “não” aos partidários ou correligionários que exigem sinecuras, benesses ofensivos ao bem comum. Nesse sentido, já dizia José Américo de Almeida: “Governar é a arte de contrariar interesses”.