Houve um tempo em que escrever era a razão maior da vida. Colocar os neurônios para funcionarem, dar vazão à inspiração que brotava e colocar no papel tudo o que me vinha à mente. Às vezes até dava certo, saía algo aproveitável. Não era sempre, mas a gente ia levando, aos trancos e barrancos, fingindo ser uma grande escritora e poeta. Mas qual!
O tempo passou... Os pensamentos se direcionaram para outras necessidades, veio o bloqueio criativo, juntamente com as decepções da vida que culminaram com as ilusões literárias que eu poderia ter acalentado, por anos a fio. Desde tempos remotos em que, à luz de lamparina, ainda criança, eu marcava meus sentimentos à lápis em uma folha qualquer. Talvez, naquela época, a inocência é que me motivava. Ou ainda tinha sonhos, como saber?
Hoje, na maturidade em que me encontro, não tenho mais aquela vontade de escrever, de emitir minhas opiniões, de cutucar, enfim, a minha veia criativa. Falta de ânimo? De tempo? Depressão? Não sei ao certo. Talvez seja tudo isso e mais um pouco.
Há uns meses, recebi uma bela surpresa de nosso colega poeta, Maurício de Azevedo, que citou meu nome em seu Grupo “ORDEM DOS POETAS DO BRASIL” por contribuição à literatura e poesia brasileira. Como já lhe disse e aqui repito, “não acho que mereço, mas fiquei realmente grata.”
Até hoje não havia encontrado coragem para publicar esse feito, não gosto muito de me expor, talvez por timidez que, creiam, sou tímida quando se trata de falar de mim. Mas devo isso a ele.
Agradeço, mais uma vez e tantas forem necessárias, ao amigo poeta, pela indicação de meu nome e de tantos outros poetas deste Recanto das Letras que, igualmente, foram homenageados por ele, através da O.P.B.
Quem sabe, um dia, eu retome aquela verve de poeta (que imaginei ter) e volte a encontrar motivos para escrever tanto quanto o fazia, em outros tempos. Nesse tempo de agora, sobra-me apenas o bloqueio criativo, a falta de imaginação e a vontade para mudar este quadro.
Outrossim, sobeja a saudade do convívio diário com amigos queridos que aqui fiz e que sei, querem-me bem, assim como eu os quero.
(Milla Pereira)
HOMENAGENS RECEBIDAS PELA O.P.B.