A ESSÊNCIA DO LAGO (O EU)

A ESSÊNCIA DO LAGO

Você foi concebido num LAGO (placenta) e lá esteve, mesmo quando houve turbulências em seu transporte (ventre materno). Lá você recebeu, além da necessidade de voltar ao LAGO, todos os outros ingredientes necessários à sua sobrevivência: Paz, Segurança, Amor, Alegria, Renovação, Ritmo, Serenidade, Persistência, Continuidade, Calor, Aconchego, Acolhimento, Fé. E quantas outras coisas mais poderíamos acrescentar à lista?

Você pode ter nascido e depois sobrevivido perto de uma CASCATA, grande ou pequena, mas o barulho e a queda lhe deram uma referência de agitação, medo, mesmo lembrando a você que é cascata, você é também a Persistência, é o Compasso, é a Continuidade da vida, junto a tudo àquilo que o Criador lhe presenteou. Pode também ter vivido perto de um RIO que, continuadamente, segue a sua direção e que, às vezes, tem que se juntar a outros afluentes para aumentar o volume – o que o desviará do percurso e da comodidade de ser calmo, afastando-lhe, por vezes, dos seus tranquilos afazeres, mesmo sendo nobre a outra tarefa de ser Rio.

Pode ainda ter vivido perto do MAR, que às vezes se agita, outras vezes parece adormecido, salvo o barulhinho de suas marolas. Sua imensidão é rica, mas amedrontadora e, nessa infinitude maravilhosa, encontram-se também muitos perigos. Isso faz com que você, sendo LAGO, esteja sempre vulnerável e inseguro, oscilando antagonicamente entre ódio e amor, esquecendo-se de ver a beleza imensurável de ser MAR.

É assim que vamos metamorfoseando nossas vidas. Por natureza e egoisticamente LAGOS, tememos as outras fontes de água, ou as vivemos tão intensamente, descuidados da influência dos mares, dos rios e das cascatas, que esquecemos qual é a nossa essência: SERMOS LAGOS. E parece até perigoso, depois de termos nos transformado em formas adversas, voltarmos aos nossos “espelhos”, a nossa essência original. Como Narciso, personagem mitológico, correremos o risco de morrer afogados nessa vaidosa contemplação. É preciso, entretanto, voltar sempre aos espelhos d’água para reflexões. Refletir o quanto nos tornamos diferentes da nossa originalidade, o quanto nos distanciamos. É lá, que iremos reconhecer o que acrescentamos – de bom ou de mau - em nossas vidas.

Somos hoje a cascata ameaçadora, ou aquela que flui junto aos lírios, respingando gotículas de água brilhantes sob a luz do sol? Somos um rio de afluentes, onde nossos braços envolvem outros braços para adquirir mais força, ou seguiremos sós para sermos rios secos mais adiante? Será que não nos tornamos mares agitados e tenebrosos em dias de tempestades, ou será que nos deixamos envolver pela calmaria de belos dias, permitindo que as gaivotas nos pousem em nossa superfície em busca de alimento?

Nós podemos ser outras águas. Até água parada. Mas podemos nos misturar: água doce com água salgada, mas não podemos deixar de ser água potável e esquecer a nossa essência, a de ser LAGO. Remetermo-nos à nossa essência é o caminho da reconstrução do equilíbrio, da força, da vontade de viver, e da nossa Fé, a qual nos leva de volta ao Criador, fonte de todas as fontes de todas as águas!

Vania Viana - 20.10.2010

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Enviado por vaniaviana em 16/09/2014
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