CRÔNICA - ESCREVO O QUE SINTO

ESCREVO O QUE SINTO

Eu escrevo o que já vivi. Quando escrevo tinjo os meus sonhos, que eram em preto em branco, de azul. Dou colorido às imagens ao transcrevê-las. Saio desenhando a vida e posso vivenciar tudo, do meu real poético ou do meu imaginário. Floreio, arrumo, pinto e os torno verdade, porque é assim que eu sinto.

Dizem que todos os escritores falam de si e eu sei que todos eles sonham. Eu sonho e escrevo. Renovo as minhas esperanças: recrio-me, restauro-me, curo a minha alma, enquanto descarto as dores na escrita, às vezes curando algumas dores do inconsciente. A escrita me leva à concretização ou às possibilidades, pequenas que sejam, de reforma interior, de ação, de transformação. Com ela faço ato ao imutável. Preencho as faltas, desato nós ,venço agonias e perdas. Faço nelas as minhas reparações, aquelas que não podem ser faladas, só silenciadas no meu grito.

Meu desejo se torna acessível quando escrevo. Minha fé se renova. A tristeza e o medo são exorcizados em prosas e versos. Cada pensamento me liberta do formalismo prático para o gozo, para o prazer real e imaginário de voar e, assim, quero também que alguém me leia e diga que sente isso também, porque nisso eu não serei uma louca solitária e incoerente.

Tenho o privilégio, tal qual a poesia tem, de ter uma loucura universal, prescrita, inerente e igual a sua! Seja bem-vindo aos meus sonhos, aos meus anseios, à minha história. Ela é até pueril, mas é sentida com a minha mais doce essência.

Vania Viana

Maceió

16.09.2014

vaniaviana
Enviado por vaniaviana em 16/09/2014
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