A IRA.

UM TEMA QUE REEDITO, BEM ATUAL DIANTE DO MOMENTO DO SUFRÁGIO UNIVERSAL.

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A IRA E A SERENIDADE.

A ira não é só adjetiva no seu conhecido sentido, pois nem toda ira anda ao lado do mal, nem toda serenidade é sadia quando se pede revolta.

Ocorre a ira poder ser cura ao invés de daninha e agressiva, e da serenidade ser covarde quando se aquieta aquele de quem se pede ação.

Se a ira acontece muitas vezes no bojo da maldade, do vilipêndio, da agressão desmotivada, nasce também, em posição contrária, contrafeita, da revolta justa que faz justiça necessária e oportuna. Dessa forma peca ou não quem se ira, torna-se censurável ou não quem se torna sereno quando não devia. É a vida nas vias paralelas que não se encontram, campo das emoções e suas projeções.

O único valor absoluto, sem confrontos, é a vida, sagrada e reverenciada. Assim, comete ato contrário à lei moral o que se irar, e também aquele que não se irar. O momento e os requisitos dão o padrão.

Existe ira por justiça, manifestada contra os que enganam principalmente o povo em sua crença inocente, repudiando-se a serenidade dos que aceitam sem reação e punição tais condutas. É a ira legítima e a serenidade reprovável.

A ira justa nasce da cólera santificada rejeitando desvios, pedindo punição para os desviados.

No sacrário da terra dormem ossadas dos que fizeram da ira valor máximo na realização da justiça.

É altar da verdadeira humanidade onde se deposita a saudade daqueles que se entregaram ao que há de melhor para o homem, e morreram martirizados e imolados pela ira santa.

O saber não tem limites, o pensamento pode alçar voos ainda desconhecidos, o planeta não cessa de existir renovado, transformando-se, criando, e sua criação maior, o homem, não encerrou a perfeição de sua jornada mesmo nascido entre seus filhos Jesus Cristo, ensinando sem aceitação até então o único caminho onde seria desnecessária a cólera santificada.

Não existem duas coisas iguais no universo. O princípio da igualdade existe para desigualar. Só no sentimento pode haver igualdade, na energia máxima que moveria o mundo e o estabilizaria, o amor, reconhecida a igualdade que pacifica, constrói, aproxima, sem disputa, cólera, ira, unindo os homens. Se a sociedade não pode por força da natureza tornar iguais os desiguais, pode tentar harmonizar desigualdades originárias, naturais. Assim não existirão ira e serenidade, santificadas ou não.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/09/2014
Reeditado em 16/09/2014
Código do texto: T4963855
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