PELO BEM DO AMAZONAS E DO BRASIL!
Comentários no link do blog http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2014/09/pelo-futuro-do-amazonas-e-do-brasil.html
Em um passado não muito distante, o Amazonas viveu o caos com o fim da exploração do látex no Estado pelos ingleses. Contudo, lentamente, buscando alternativas de sobrevivência o Estado investiu na exploração predatória da floresta, mas se transformou em euforia com a implantação da ZFM. O comércio de importados oscilou entre forte e fraco em vários momentos, em forma de sustos e de protestos pelas entidades das classes empresariais. Foi fundada a Associação dos Importadores da ZFM, dirigido pelo empresário do comércio Aron Hakimi, para fortalecer os importadores A ACA – Associação Comercial do Amazonas já era quase centenária e tinha muita força política. A FIEAM, dirigida pelo empresário João de Mendonça Furtado, muitas vezes se juntou à ACA, dirigindo apelos ao presidente João Figueiredo. Tudo se acalmou com a perenização da ZFM na Constituição, por proposta de seu relator, Bernardo Cabral e aprovada pela Câmara Federal. Depois que a perenização foi definida, se instalou a calmaria no único modelo de desenvolvimento da Amazônia, para manter a floresta em pé.
Governos sucessivos distribuíram motosserras, implantaram o III Ciclo, mas nada pensaram no sentido de criar um fundo de pesquisa para desenvolver, investir e diversificar outras áreas de desenvolvimento econômico no Estado como o turismo, a mineração, pesca, por exemplo. Algumas dessas áreas como os polos naval e mineral estão surgindo pela luta obstinada do deputado estadual Sinésio Campos. Mas, o único Governo que pensou nos interioranos até hoje, foi o de José Lindoso que, junto com o ex-Superintendente da Suframa, Rui Alberto Costa Lins decidiu interiorizar a Zona Franca, criando incentivos fiscais para indústrias que também desejassem investir em municípios. Muitas foram, mas depois, faliram porque a política governamental nunca foi perene de política pública, mas política de Governo. Um dos candidatos no passado chegou a anunciar 7 polos de desenvolvimento no interior, mas nada fez. Agora, outro volta a prometer as mesmas coisas, só em que em outras áreas de desenvolvimento. Se cumprirá ou não, só se saberá ao final de seu governo, caso venha a ser o eleito e tudo leva a crer que será o escolhido em 5 de outubro.
Contudo, a maioria dos candidatos ao Governo do Estado e à Câmara Federal está usando a prorrogação da Zona Franca como bandeira de campanha. Mas será que vale a pena todo o esforço em favor de um modelo dependente de incentivos fiscais e prorrogações sucessivos do Governo Federal?! Não seria melhor investir em biotecnologia e desenvolver de forma racional as riquezas que temos em abundância. Uma fábrica de remédios foi inaugurada, mas também é dependente de incentivos fiscais. O Estado precisa criar as mesmas condições para que outras indústrias de ponta se instalem no Amazonas e iniciem pesquisas para a produção de medicamentos e se tornem independente de incentivos.
O Estado precisa desonerar a cesta básica e se voltar à produção de emprego e renda para o interior, se voltando à política de desenvolvimento do polo industrial e naval também nos municípios, se não em todos, pelo menos nos pertencentes a reunião metropolitana de Manaus e, gradativamente, se voltando aos outros municípios mais distantes e mais pobres. O Amazonas deve se voltar mais aos municípios do que à capital, porque o Estado precisa se desenvolver como um todo e não somente a capital que está inchada e cheia de problemas sociais.
Eleitores, votem conscientes no candidato que melhor conseguir apresentar a melhor proposta de desenvolvimento para o Amazonas, sem depender de prorrogação da Zona Franca, mas se voltando às pesquisas para explorar de forma controlada, o potencial abundante da flora e da fauna, existentes na floresta Amazônica, cobiçada internacionalmente, mas desconhecida pelos brasileiros e, principalmente, pelos amazonenses. O Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas – Inpa possui pesquisas prontas e possíveis de serem exploradas comercialmente, voltadas à exploração racional da vasta natureza e abundante diversidade biotecnológica, em vários campos da economia, O Amazonas está perdendo tempo por não se voltar à real vocação de sua economia. que está também na exploração racional de sua fauna e flora, ainda preservada e abundante, desenvolvendo o turismo de contemplação e explorando suas riquezas minerais.
Por quais caminhos percorrerão os novos 50 da ZFM? Se não for em busca de outras formas de investimentos e desenvolvimento e deixar de depender de incentivos do Governo Federal, esse é o rumo certo. Caso contrário, a economia do Amazonas poderá estagnar e voltar a ser pior do que a falência do período de exploração do látex pelos ingleses! Nos Estados Unidos, a cidade de Detroit mudou radicalmente sua matriz econômica, depois da falência da maioria das fábricas automotivas. Por que a ZFM não poderia fazer o mesmo e se voltar a outros caminhos, aproveitando os novos 50 anos para encontrar seu verdadeiro rumo?
Toda euforia de agora vejo-o penas como um filme em preto e branco, repetindo o que ocorreu no ano de 1995, com o fim dos primeiros 28 anos do modelo Zona Franca! Estamos vivendo com um Polo Industrial cheio de ruas esburacadas, população pobre vivendo no entorno das fábricas e poucas indústrias sendo incubadas para gerar produtos biotecnológicos da floresta, além da total passividade dos administradores públicos em buscar alternativas de novos modelos de desenvolvimento para o Amazonas fora do que foi prorrogado, deixando embriagados os políticos em campanha, sem olhar para outros horizontes possíveis, como se a todos tivesse chegado a cegueira e atingindo seus olhos.
Na hora de votar, pensem bem nesse tema e votem apenas em quem apresentar a melhor proposta para a busca de uma nova matriz econômica para o Amazonas, mesmo que ele não venha suplantar votos de outros políticos com mandatos que tentarão provar que foram responsáveis pela prorrogação da Zona Franca! Mas essa é uma obrigação de qualquer político com mandato, ou seja, não fez mais do que o seu dever!