Crônicas da Vida: Pai
Todos se deleitam e se abrem em amores com as mães, e os pais?
Meu velho foi sempre ausente, mas tão presente.
Nessa vida de casamentos modernos e divorcios eternos, os filhos se adpatam e se encaixam na medida do possivel preservando o amor mais puro e forte que pode verdadeiramente existir.
Na primeira vez que ele ficou longe por muito tempo, me lembro, deveria ter uns 4 anos, fiquei doente de cama, febre alta de 40 graus; é amor de infância daqueles que sem limite inflama e doi demais.
Meu pai trabalhava muito, tinha mesmo jovem um ar cansado, as mãos tremulas, pra mim tão fortes e pesadas com as grandes veias ressaltadas.Mas como eu esperava aqueles segundos de carinho, quando sua forte mão encontrava a minha e seus dedos se afundavam nos meus cabelos.
Era dificíl e raro ver do rosto queimado e carancudo, com o ar fechado e testa franzida um sorriso sem medo e por completo.Era quase como ver estrelas cadentes, e na oportunidade fazer um pedido.O meu pedido era sempre o mesmo " Tomara que ele dê esse sorriso sempre".
Sempre foi mais divertido andar com o pai, ele era maior,se fizesse calor enquanto caminhavamos, ele a um passo eu a três, sempre me escondia em sua larga sombra.Quando casava fazia bico e ele pegava no colo, ia no ombro na folga vendo o mundo lá do alto.Ele sempre comprava tudo que mães normalmente negam as crianças principalmente antes do almoço.
Pais são diferentes de mães, são o amor admirado, o medo disfaçado, são os mais fortes, os maiores, mais poderosos, os mais altos, sempre espantam o medo, quando brincam são os mais engraçados, sempre acabam falando alto do que é permitido, nos dão um beijo espinhudo ou macio e perfumado inesquecivel, tem o melhor e mais confortável colo do mundo.
Pai é tão bom e especial que agente só tem um.