A VERDADE DÓI, MAS É A VERDADE!
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À professora Gleice Antônia de Oliveira
De política, Josué Neto pode entender muito bem porque vem de uma linhagem de política que começou com seu avô, Josué Cláudio de Souza, da sempre maravilhosa e inspirada “Crônica do Dia”, ao meio dia em ponto, seguida da experiência de seu pai Josué Cláudio de Souza Filho, mas em matéria de educação não entende nada e provou pelo que fez contra a professora Eunice Oliveira, convidada para abordar “Critérios de Avaliações para Professores em Estagio Probatório” que, ao dizer que o Amazonas não tem internet nas Escolas, requisito exigido dos professores, o deputado pediu que ela encerasse seu pronunciamento e deixasse de falar a verdade, só porque era e é a mais pura verdade: as Escolas do Amazonas, com poucas exceções, não possuem internet na capital e muito menos nos municípios distantes, onde nem telefone funciona direito.
Eunice Oliveira, ao garantir que falta internet de qualidade em muitas Escolas no Amazonas e que isso tem muita importância dentro dos “Critérios de Avaliações para Professores em Estágio Probatório”, ela foi diversas vezes interrompida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas e candidato à reeleição, deputado Josué Neto, que deseja o imediatismo, mas desconhece que esses critérios de avaliação também passam pela informática de qualidade nas Escolas públicas. Dizendo a verdade, Josué Neto garantiu que a professora estaria se desviando do tema. A professora, com muita elegância, pediu que os parlamentares fizessem uma visita de surpresa em Escolas Públicas para ver “in loco” a realidade em que os educadores são obrigados a viver, tendo que frequentar locais que possuem internet para realizar seus trabalhos.
A Akamai Tecnologies, empresa especializada em análise de internet mundial, divulgou no início de 2014 um relatório completo chamado “State of the internet”, no qual posicionou o Brasil em 83 colocado como uma das piores internet do mundo. No relatório, a empresa destacou os 10 países com as conexões mais rápidas em comparação em com a média mundial, destacando-se China em primeiro lugar, Em termos gerais, o estudo considera que o último trimestre foi positivo ao examinar as tendências a longo prazo. A velocidade de conexão da média global cresceu 13% em comparação com 2012, ultrapassando pela primeira vez 3,14 mbps em Hong Kong, na China, considerado um dos países mais tecnológicos do mundo. O pico médio nacional é considerado quatro vezes maior do que a média global, sendo 21% mais rápido, segundo a última pesquisa feita, atingindo uma velocidade média constante de 65,4 mbps, ou mega byte por segundo, permitindo teleconferência. Os 0,2% de crescimento no Brasil, no último trimestre de 2013, a velocidade cresceu no mundo inteiro, mas no país não passou de 2,7 Mbps. Mesmo assim, foi um salto expressivo de 21%.
Talvez seja por isso que há quatro anos o Governo Federal lançou com muita publicidade, o Plano Nacional de Banda Larga I, de 10 megas a um preço de 39,90. Dinheiro do Ministério das Comunicações foi liberado à prefeitura do Município nordestino selecionado para ser o primeiro a receber a internet, mas até hoje nem telefone funciona no município. Como nada aconteceu, o Governo Federal lançou o PNBL II, sem anunciar qualquer valor e agora, em campanha, o Governo anuncia o III, para atender al 90% dos brasileiros, mas sem anunciar valor. Em matéria de tecnologia de internet, o Brasil está muito atrasado!
Lamentavelmente, a verdade dói, mas nenhum dos parlamentares que pediram a audiência pública para discutir o problema, saiu em defesa da professora que estava impedida de dizer a verdade sobre a realidade da internet nas Escolas., reinando o total em sua melancólica silêncio em sua descida do púlpito. Eunice Oliveira deixou um recado: “não se pode dizer a verdade na casa do povo.” Tudo o foi dito é mais pura verdade e pior do que está não pode ficar! Só se o Josué Neto não for reeleito e venha a ser nomeado como Secretário de Educação do Estado!
Com relação às Escolas do Amazonas, a professora Eunice Oliveira garantiu - com razão - que não existe internet banda larga na maioria das Escolas, principalmente as dos municípios, onde nem telefones funcionam de forma confiável.. O relatório da Anatel confirma isso, mas divide a pesquisa em dois grupos: os até 2 mbps de velocidade e o outro grupo, aqueles que possuem velocidade acima dos 2 mbps. No caso das Escolas públicas, as conexões móveis só possuem internet em áreas cobertas pelas operadoras e isso é o que não existe no Estado, principalmente no interior do Amazonas. Em Manaus, os usuários de serviços da NET estão sofrendo com as constantes quedas em sinal, obrigando que seus clientes telefonem para pedir os descontos, de posse de protocolos. Se a NET sabe quando sofre paralisação em sinal, por que não emite a fatura já com o desconto?
A verdade, embora dolorida, precisa ser dita porque o Brasil e o Amazonas ainda vivem no mundo de sonhos da internet de alta velocidade.