Na trilha dos iguais
Rosa Pena
Primavera com muitas hortênsias, rosas, margaridas e neblinas. Um trem, uma mochila, gente do mundo inteiro sem idade, sem nacionalidade em busca de girassóis, daqueles que não se escondem da chuva. Todos compartilham do frio com o calor que brota em cada sorriso.
O ar se enche de uma festa secreta e a felicidade indiscreta se comporta como uma bailarina que fugiu da caixinha de música, trazendo consigo as jóias preciosas guardadas para um dia mais que especial. O dia dos iguais. É hoje. Foi ontem e não vi? Amanhã não perco mais.
Um salame busca o vinho do vizinho, um assobio de Hey Jude, um coro em papiamento e quem inventou que o mundo tem fronteiras? Há entre o delírio e o real um tanto de nós que existe e insiste em ver o planeta azul, blue, blu, blau, bleu, blauw, blou!
O vagão totalmente inundado com o cheiro de primeira página de um novíssimo testamento a ser escrita por mil mãos com sotaque de esperança, apita e balança!
É setembro em maio, é coisa de fuso deliciosamente confuso.
É mais, muito, muitíssimo mais. É realmente tempo de ceder o momento aos milagres e aos sonhos.
Juro que aquela nuvem carregada é apenas algodão- doce fantasiado de nevoeiro. Juro mais ainda que o homem da boina preta, no banco ao lado, é o De Niro me paquerando. Pisco o olho ou finjo que não to nem aí? Se fosse o Al Pacino não tinha dúvida. Será que encontro ele na Itália? Ir a Roma e não ver "esse" papa é sacanagem.
Sigo viagem já com saudades do que ainda vou ver e viver pelaí!
Lisboa 2 de maio de 2007
Rosa Pena
Primavera com muitas hortênsias, rosas, margaridas e neblinas. Um trem, uma mochila, gente do mundo inteiro sem idade, sem nacionalidade em busca de girassóis, daqueles que não se escondem da chuva. Todos compartilham do frio com o calor que brota em cada sorriso.
O ar se enche de uma festa secreta e a felicidade indiscreta se comporta como uma bailarina que fugiu da caixinha de música, trazendo consigo as jóias preciosas guardadas para um dia mais que especial. O dia dos iguais. É hoje. Foi ontem e não vi? Amanhã não perco mais.
Um salame busca o vinho do vizinho, um assobio de Hey Jude, um coro em papiamento e quem inventou que o mundo tem fronteiras? Há entre o delírio e o real um tanto de nós que existe e insiste em ver o planeta azul, blue, blu, blau, bleu, blauw, blou!
O vagão totalmente inundado com o cheiro de primeira página de um novíssimo testamento a ser escrita por mil mãos com sotaque de esperança, apita e balança!
É setembro em maio, é coisa de fuso deliciosamente confuso.
É mais, muito, muitíssimo mais. É realmente tempo de ceder o momento aos milagres e aos sonhos.
Juro que aquela nuvem carregada é apenas algodão- doce fantasiado de nevoeiro. Juro mais ainda que o homem da boina preta, no banco ao lado, é o De Niro me paquerando. Pisco o olho ou finjo que não to nem aí? Se fosse o Al Pacino não tinha dúvida. Será que encontro ele na Itália? Ir a Roma e não ver "esse" papa é sacanagem.
Sigo viagem já com saudades do que ainda vou ver e viver pelaí!
Lisboa 2 de maio de 2007