BEIJOS A TRÊS
*Nadir Silveira Dias
Eu sabia que existia. Por ouvir falar, pela literatura, pelo cinema, televisão e outros locais tais que se prestam para as “crianças” chegarem em casa às seis da manhã.
Mas nunca tinha visto. Em público, especialmente.
O cenário era entre carros estacionados, a calçada e a faixa de rolamento na Rua Riachuelo, quase Dores, amada Porto Alegre.
Duas dessas crianças que já têm bunda, seios e corpos mais lindos que muitas dessas divas televisivas, uma delas (calça azul) grudada numa outra de sexo masculino – um guri menor que elas – e passando muito bem (Que inveja!).
Mas até aí tudo bem (?), que os costumes se ampliam, se relaxam e a sociedade é como é. E pronto!
Após mais de uma volta no quarteirão para tentar estacionar, a surpresa: A que beijava despegou-se do guri e outra (calça vermelha, igualmente jovem e roliça) imediatamente grudou-se nele para beijá-lo. Juntas, apenas separadas porque o “cara” não dispunha de duas bocas.
Caso dispusesse, por certo estariam ambas a beijá-lo ao mesmo tempo.
* Escritor e Poeta – nadirsdias@yahoo.com.br