CHEIRO DE CAFÉ
Em uma manhã aonde o frio não permite que eu levante para iniciar as atividades que a vida de mim exige, o cheiro de café começa a ser difundido no ar, com gosto de aconchego, quentinho como o colo da mãe.
Escuta-se gritos brandos e distantes no quintal cheio de flores para que as crianças mais rebeldes se aproximem para irem a escola bem alimentadas.
E o cheiro de café quentinho ainda tira a minha concentração, e as crianças correm. As mães preparam seus filhos para irem a escola, e eu costumeiramente, do alto do andar de meu prédio permaneço a observar esse ritual matinal.
Ponho-me a refletir o quão comodo eram os dias em que eu acordava e todas as minhas necessidades básicas eram satisfeitas no meu lar familiar!
Hoje tudo se faz freneticamente e agitado e em muito entro em um dilema em ficar observando o cheiro do café da família vizinha ou preparar o meu fast food para brevemente chegar ao meu trabalho...
Vida agitada. Compromissos constantes. Distancia da família... sobre tudo isso eu consigo refletir do alto do meu prédio da capital. E o que me resta é só uma inquietação: Será que com essa busca eu me distancio de mim ou encontro a felicidade?