Gilkas, Florbelas, Franciscas, Clarices, Nisias, Lilith’s ...
E a vida se faz em surdina empacotando o tempo, as verdades mais belas e as mentiras mais horrendas... Enquanto, o julgar for maior que o bem, o amor não pode transpor as barreiras erguidas pelo “Homem”. A solidão galopa na face da injúria explorando a dor, maculando a alma da sua vítima!
“Uma alma que viveu sozinha e incompreendida, mas que, mesmo gozando uma vida mais pura, inda chora a ilusão frustrada noutra vida.”
Gilka ousou gritar a dor fincada no seu peito pelas convenções sociais, marcando nos seus versos o estigma de ser considerada fora do pensar da época, a Lilith, a primeira mulher antes de Eva, criada da mesma substância de Adão, mas, acrescentada de saliva e sangue, portanto, Lilith pensou ser igual em direitos e deveres... Tola em pensar assim, não teve liberdade nas suas ações, nem mesmo nas suas escolhas e nas suas decisões! Enganada, jorrou da sua alma palavras contra o seu Criador e contra Adão. Criou asas e voou longe do Paraíso, aprendeu a usar a força da palavra nos versos da sua poesia, numa luta desumana para afirmar o seu direito á liberdade, e a igualdade em relação ao homem, na busca constante ao reconhecimento de uma sociedade, que não considerava as mulheres contestadoras da sua realidade!
Muito jovem ainda no inicio da sua escrita, Gilka Machado no seu intimo sofre muito ao contar das criticas recebidas sobre a sua sinceridade poética, sobre a sua preocupação em ser autentica e fiel aos seus sentimentos, contudo, a maior das suas dores, advém da perplexidade de ser vista como imoral.
Transpor as barreiras por ser mulher para sentir a força vital da arte, mesmo que, estigmatizadas pela força imoral da sociedade na alma de Gilkas, Florbelas, Franciscas, Clarices, Nísias, Lilith’s ..., mulheres, poetas, mitos, marcadas pela dor conseguem transpor p desprezo e a indiferença do mundo.
"Ah! Antes pedra ser, inseto, verme ou planta do que existir trazendo a forma de mulher.”
Nestes 19 de Agosto de 2014 no Museu Prudente de Moraes Barros, o Sarau Literário Piracicabano acredita na força da mulher para derrubar preconceitos e discriminações e aplaude com veemência Gilka Machado pelo trabalho de vital importância no crescimento da sociedade como um todo!
Ana Marly De Oliveira Jacobino_ Coordenadora do Sarau Literário Sarau Literario Piracicabano