FLIPARANAPIACABA

FLIPARANAPIACABA

1ª Feira Literária

Louvável, acredito ser o adjetivo que melhor se aplica à iniciativa da Secretaria de Cultura de Santo André, em realizar a 1ª Feira Literária em Paranapiacaba.

Entretanto há que se destacar, mais uma vez, a fragilidade do planejamento em, pelo menos, dois pontos vitais: a logística e o horário.

O acesso à Paranapiacaba não foi pensado para as pessoas que, como eu, são dependentes do transporte coletivo.

Não houve reforço nas linhas, com o objetivo de otimizar os deslocamentos, as quais se mantiveram com os mesmos números de veículos e viagens sem horários definidos, ou nunca respeitados.

No domingo, os serviços de manutenção nas linhas da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - (sem sombra de dúvida mais do que necessários) foi um complicador a mais.

Não custa perguntar:

Por que não foram instaladas linhas de ônibus (do tipo PAESE - Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência – com a cobrança da tarifa correspondente) partindo das estações da CPTM de Santo André e de Mauá?

Dentro do galpão onde foram instaladas as barracas de exposição e vendas de livros e artesanatos, os cartões de crédito não funcionavam por falta de sinal.

Nenhum inconveniente maior em ter que ir para o lado de fora, acompanhando o vendedor com a maquineta, tentando achar o sinal para poder efetuar os pagamentos, mas por que não havia um veículo com antena móvel ao lado do galpão?

Será que ninguém lembrou de que essa tecnologia já existe e de que não se pode confiar nas operadoras de telefonia?

Sem dinheiro em espécie no bolso, nem pensar em encontrar um caixa eletrônico, do tipo multibanco, porque isso também não foi previsto...

A abominável prática do desrespeito aos horários estabelecidos confirmou-se mais uma vez.

Como exemplo, para não ser enfadonho e repetitivo, basta citar que na abertura do evento (06/09) a apresentação do Coral da OAB estava programada para até as 10:30h no Auditório Lyra.

Saímos de lá às 11:00h porque o salão do teatro estava sendo varrido (com vassoura mesmo), a seco, tornando o ambiente insuportável por causa do material particulado em suspensão, impregnado com ácaros e outros agentes alergênicos e os cantores que, presumivelmente, estariam terminando a apresentação, estavam na porta principal do teatro, fazendo exercícios de aquecimento vocal.

Restaurantes, lanchonetes e bares estavam funcionando normalmente assim como os serviços de guias e “fotos de época”.

Voltarei na próxima edição da FLIPARANAPIACABA porque acredito que esses detalhes negativos, que foram notados não só por mim, já estejam solucionados vez que o evento tem todos os ingredientes para ser um sucesso de público e de negócios.

Paranapiacaba, com seu enorme potencial turístico, tem todas as condições de abrigar eventos capazes de torná-la autossuficiente e com renda bastante para recuperar o seu patrimônio histórico, que é mutilado e degradado pela ação de vândalos e de traficantes de obras de arte, em grande parte viciados em drogas, e exposto às intempéries nesses seus cento e tantos anos de existência.

ADENDO:

Recebi no comentário abaixo, a informação de que o evento FLIPARANAPIACABA, foi idealizado e, principalmente, realizado pelos idealistas Denise Oliveira, Leandro Luciano e Rosana Banharoli, SEM A PARTICIPAÇÃO da Secretaria de Cultura de Santo André.

Eu faço parte do grupo de escritores que se reúnem na Casa da Palavra de Santo André, no evento QUATRO DEDOS DE PROSA e lá, ouvimos reiteradas afirmações de que Paranapiacaba é "a menina dos olhos" do Sr Sales, atual ocupante da cadeira de secretário, e que tudo e, qualquer coisa, que se faça para o engrandecimento da localidade terá o apoio e a efetiva participação daquela secretaria.

Ingenuamente, acreditei nas palavras do político e, sabendo que vários colegas tomariam parte no evento, não tive dúvida em atribuir sua realização ao pretenso defensor de Paranapiacaba.

Peço desculpas a Denise, Leandro e Rosana que são os verdadeiros promotores do evento e prometo, publicamente, que doravante serei mais cuidadoso quanto à paternidade das boas ideias que venham a se concretizar em Paranapiacaba, ou em qualquer outro ponto, desse Brasilzão carente em todos os sentidos.