Crônicas sobre pai, mãe, batom vermelho, João Solidão

Aprendi muitas coisas observando a vida. Descobri muitas cores que passam despercebidas, além das cores normais que nos ensinaram a ver quando criança. Aprendi também que mais vale um copo de cerveja cheio, do que conselho dos outros. Uma taça de vinho do que espelho em casa. Um batom vermelho do que ideologias. Nuca de fora do que gente feliz. Muita coisa eu jurava que era verdade, e depois fui obrigada a desdizer. Uma delas é que mãe pode ser pai, e pai nunca pode ser mãe. Que amor de mãe é insubstituível. Até acho isto tudo sobre amor de mãe. Mas observando João Solidão e sua menina dos olhos azuis percebi que amor é sempre amor, o que muda é o sujeito, uma variação inocente de palavras. Pai pode sim amar como mãe. Na verdade pais amam como mães. O que muda é como a sociedade ensina o homem a amar. A demonstrar seu amor. Mulher é criada para ser mãe. Tem cara de mãe. Ainda que a mulher não quisesse ser mãe. Espera! Mulheres tem que ser mãe. Não podem ir contra as leis dos bons costumes. Homens são ensinados a fazerem sexo. Não que isso seja ruim. Na verdade é muito bom. Sentimento também é bom. Às vezes. De pai para filho é sempre bom. Percebi também que musica boa é musica de raiz. Raiz do rock. Blues. Jazz. Samba. E qualquer coisa mecânica é um saco. Bitis. Sintetizadores. Pedais. Tecnobrega. Não gostar de água fria. Preferir uma boa conversa, ainda que boas conversas sejam raras do que grandes amores. Mas se for para ser amor que seja bem amado