SOCORRO... POLÍCIA!
Às vezes fico pensando em como nossa sociedade anda a milhares de anos-luz de distância de uma mudança. Mudança no real sentido da palavra, não meros “retoques paliativos mascarados de mudança”. Vou além: pergunto a mim mesma se algum dia poderemos ter a esperança de uma mudança. E uma das coisas que me fazem pensar assim, infelizmente, é a nossa Polícia. Melhor dizendo, os policiais, de modo geral – salvo raríssimas exceções (que existem, podem acreditar).
Sei que com esse texto desagradarei a muitos. Mas acontece que trago comigo um péssimo (péssimo...?) defeito. Não consigo pensar em algo que me incomoda sem escrever. Aquilo fica engasgado preso na garganta que nem espinha de peixe. Aí, não existe outra saída que não seja colocar pra fora. Então lá vai: eu falava sobre os gentis, educados e meiguíssimos homens da Lei. Sim, porque é sempre um imenso prazer trocar duas palavrinhas, que seja, com estes nossos valorosos guerreiros, guardiões incansáveis da ordem e da paz! Nossa, são de encantar qualquer um suas frases harmoniosas, suas vibrantes respostas cheias de entusiasmo e de uma gentileza sem par! Querem um exemplo? Basta observá-los, como eu mesma observei, em uma abordagem a um (possível) suspeito – pasmem: no meio da rua:
– Ei, você aí, safado! Vai falando logo onde enfiou a porra do bagulho!
O sujeito, tremendo, abaixa a cabeça e permanece calado.
– Fala, porra! – repete o policial, enquanto seu colega de profissão já cutuca a costela do sujeito com o cano da metralhadora.
O cara, então, fala baixinho:
– Sei de nada não senhor...
Após mais algumas perguntas, o policial diz – sempre num tom gentil e carinhoso – percebendo que abordou a pessoa errada:
– Porra, você não sabe de nada também, hein seu filho da puta? (é lógico que nestes momentos a mamãe do infeliz possível suspeito é sempre lembrada por eles da forma mais carinhosa possível).
– Sei não senhor... – repete o homem, trêmulo, entre os dentes.
– Só pra largar de ser merda e aprender a conversar com uma autoridade, vai levar umas porradas!
– Desculpe, senhor...
– Desculpe é o c............!! Seu otário... etc, etc..... tu tá baratinado? Desembucha logo, porra!
Enfim, eu poderia enumerar aqui inúmeras outras “pérolas” desta encantadora classe que é (muitooooo mal) paga para defender nossa sociedade. Mas, prefiro não continuar. Prefiro esperar e torcer...
Voltando à cena entre suspeito e policial: a essa altura vi o suspeito, meio cambaleante, afastando-se o mais depressa possível do policial – não sem antes levar um tabefe, “que é pra deixar de ser otário”, segundo o bondoso homem da lei.
Mas, como eu dizia, prefiro torcer e esperar. Esperar que chegue o dia em que os nossos policiais não sejam treinados apenas para revistar, prender, punir, manejar armas, gritar, xingar, subir morros... e matar. Mas que sejam treinados, sobretudo, a dialogar. A fazer valer sua autoridade sem precisar usar palavras de baixo calão. E, em contrapartida, para que sua autoridade possa ser respeitada. Se não eu, que ao menos meus netos ou bisnetos tenham o privilégio de vivenciar esta realidade.
Volto a declarar que há exceções. Raras, mas há.
Gostaria de encerrar declarando publicamente o meu respeito à Polícia Civil e à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e de todo o Brasil... apesar de tudo!
Às vezes fico pensando em como nossa sociedade anda a milhares de anos-luz de distância de uma mudança. Mudança no real sentido da palavra, não meros “retoques paliativos mascarados de mudança”. Vou além: pergunto a mim mesma se algum dia poderemos ter a esperança de uma mudança. E uma das coisas que me fazem pensar assim, infelizmente, é a nossa Polícia. Melhor dizendo, os policiais, de modo geral – salvo raríssimas exceções (que existem, podem acreditar).
Sei que com esse texto desagradarei a muitos. Mas acontece que trago comigo um péssimo (péssimo...?) defeito. Não consigo pensar em algo que me incomoda sem escrever. Aquilo fica engasgado preso na garganta que nem espinha de peixe. Aí, não existe outra saída que não seja colocar pra fora. Então lá vai: eu falava sobre os gentis, educados e meiguíssimos homens da Lei. Sim, porque é sempre um imenso prazer trocar duas palavrinhas, que seja, com estes nossos valorosos guerreiros, guardiões incansáveis da ordem e da paz! Nossa, são de encantar qualquer um suas frases harmoniosas, suas vibrantes respostas cheias de entusiasmo e de uma gentileza sem par! Querem um exemplo? Basta observá-los, como eu mesma observei, em uma abordagem a um (possível) suspeito – pasmem: no meio da rua:
– Ei, você aí, safado! Vai falando logo onde enfiou a porra do bagulho!
O sujeito, tremendo, abaixa a cabeça e permanece calado.
– Fala, porra! – repete o policial, enquanto seu colega de profissão já cutuca a costela do sujeito com o cano da metralhadora.
O cara, então, fala baixinho:
– Sei de nada não senhor...
Após mais algumas perguntas, o policial diz – sempre num tom gentil e carinhoso – percebendo que abordou a pessoa errada:
– Porra, você não sabe de nada também, hein seu filho da puta? (é lógico que nestes momentos a mamãe do infeliz possível suspeito é sempre lembrada por eles da forma mais carinhosa possível).
– Sei não senhor... – repete o homem, trêmulo, entre os dentes.
– Só pra largar de ser merda e aprender a conversar com uma autoridade, vai levar umas porradas!
– Desculpe, senhor...
– Desculpe é o c............!! Seu otário... etc, etc..... tu tá baratinado? Desembucha logo, porra!
Enfim, eu poderia enumerar aqui inúmeras outras “pérolas” desta encantadora classe que é (muitooooo mal) paga para defender nossa sociedade. Mas, prefiro não continuar. Prefiro esperar e torcer...
Voltando à cena entre suspeito e policial: a essa altura vi o suspeito, meio cambaleante, afastando-se o mais depressa possível do policial – não sem antes levar um tabefe, “que é pra deixar de ser otário”, segundo o bondoso homem da lei.
Mas, como eu dizia, prefiro torcer e esperar. Esperar que chegue o dia em que os nossos policiais não sejam treinados apenas para revistar, prender, punir, manejar armas, gritar, xingar, subir morros... e matar. Mas que sejam treinados, sobretudo, a dialogar. A fazer valer sua autoridade sem precisar usar palavras de baixo calão. E, em contrapartida, para que sua autoridade possa ser respeitada. Se não eu, que ao menos meus netos ou bisnetos tenham o privilégio de vivenciar esta realidade.
Volto a declarar que há exceções. Raras, mas há.
Gostaria de encerrar declarando publicamente o meu respeito à Polícia Civil e à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e de todo o Brasil... apesar de tudo!