Política, de mãos dadas com a literatura.
 
Visitei atentamente o Facebook, buscando inspiração para uma crônica. Surpreendi-me com a predominância de fotos com assuntos políticos, sobretudo com o posicionamento dos amigos sobre a corrida presidencial. Compartilhei uma que me chamou a atenção, pois pedia respeito às opiniões divergentes e que se preservassem as amizades. Decidi falar um pouco sobre as últimas notícias da política que foram starters para a mudança brusca dos internautas.
A principal delas trouxe a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás que incrimina deputados, senadores e governadores por participação num suposto esquema de “Mensalão Dois” que vem desfalcando indiscriminadamente a estatal. Mas em que essas notícias teriam a ver com literatura, com minha crônica? Segundo Oswald de Andrade “a poesia existe nos fatos”, para Guimarães Rosa “Literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano”; e política é a arte de governar.
Qual a poesia que podemos encontrar neste execrável fato. Sabemos que o suor do nosso trabalho foi sugado através da derrama dos impostos. Nosso sangue foi doado aos insaciáveis ralos da república. Não recebemos as recompensas que merecíamos. O fato se repete e já tem nome, “Mensalão dois”, mas cadê o “Joaquim Barbosa”, eu acho que os internautas em breve vão gritar e pedir urgente a sua volta ao STF.
Literatura também significa retrato do homem na sociedade. Percebo que os internautas se divergem, mas mutuamente se conscientizam. Como já disse noutra crônica, o eleitor precisa ter coragem para votar, seja na esquerda ou na direita, porém há momentos que precisamos abrir mão de nossas crenças em prol da comunidade. Por isso o rebuliço, agora eu entendo. A polêmica notícia acirrou a discussão sobre a corrida presidencial. E os eleitores são chamados à reavaliação do seu voto.
Outra foto que gostei foi da candidata do PSOL, que colocara no seu programa a demanda de habitação dos sem tetos brasileiros, cheguei a postar: “será que estamos preparados para essa presidente, para essa esperança?”; mas logo em seguida a candidata postou uma a favor da política dos presidentes da Bolívia e Venezuela, que decepção! Tentava uma nova opção para o Brasil, mas não deu.
Já decidi, como afirmei anteriormente, que não votaria na candidata que há pouco era vice, porque o programa do PSB é diferente de suas intenções. Por isso o caloroso debate, a denúncia mexeu muito com o eleitor. Cismei, já pensou se a candidata do PT vence e sofre em seguida um impeachment? Já imaginou o Brasil governado pelo vice, da banda podre do PMDB? Cismei, acho que também me abalei e me inspirei com a notícia, política é um fato que corre de mãos dadas com a literatura.
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 08/09/2014
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