Homens- Sapos
A narrativa a seguir, não é nenhuma daquelas histórias mirabolantes descritas por pescadores e muito menos criadas pela mente brilhante e fértil de uma contista.
É uma crônica simples e louca, não, eu diria inusitada tanto quanto esta aqui, que a escreve.
Ultimamente, realmente ando sendo rondada pelo inusitado. Após ler e reler pelo menos cinco vezes o livro “O segredo” passei a ter, um papo reto e bater de frente algumas vezes com o Universo, querendo entender por que estou atraindo algo, que realmente eu não estou nem de longe, querendo ou pensando para mim.
Muitas vezes, nesse papo cabeça entre mim e o universo, eu questiono e “Ele” me responde automaticamente, não com aquela voz trovejante de filmes bíblicos, mas, é audível em meus ouvidos o som ensurdecedor que proclama: Você atraiu isso pra você!
E eu respondo de pronto: Não. Eu não atraí! Você, “senhor o Universo” está simplesmente me empurrando goela abaixo e me forçando a acreditar que eu, quero verdadeiramente isso.
Mas, eu estou aprendendo a cuspir de volta, aquilo que realmente não desce.
Já que segundo o Livro “O Segredo” você faz e é, aquilo que deseja, eu com certeza, desejaria ter milhões de dólares, uma Ferrari, e um príncipe do lado. Mas, a realidade é bem outra, ando beijando sapos na vã tentativa de transformá-los em príncipes, e acabei comprando um ingresso para a “Sapolândia” e literalmente, ao invés de eu ouvir Serenatas de amor, ouço o coaxar estridente e nervoso dos sapos que tentei transformar em príncipes.
Com certeza os Homens não são de Marte, eles nascem e se criam na Brejolândia e não é pra lá que eu vou!
Bom, mas meu texto era sobre algo inusitado, bom, se for começar a falar sobre fatos inusitados ocorridos em minha vida, esse não seria um simples texto,seria uma Bíblia. Vou então me ater a uma história de amor muito engraçada, onde eu sou a protagonista.
Você está acostumada à ideia de que um homem quando está apaixonado ou interessado em você te presenteie com flores, pois bem, eu fui presenteada pelo meu "admirador"com um peixe. Uma bela anchova...
-Amore, olhos de lince, lembrei de você e trouxe essa anchova!
Confesso ter gostado do elogio sobre os “olhos de lince”, até porque o Lince é um belo animal e sua expressão é tão fatal quanto seu ataque.
Não é o presente em si, mas confesso que é segunda vez que sou presenteada com o mesmo peixe e por admiradores diferentes. Pergunto-me será que agora é moda?Ao invés de lindos bouquets de flores e jóias reluzentes o enamorado leva peixes?
Ou será que estou passando recibo que me alimento mal. Estou magrinha, mas tenho malhado incansavelmente para estar assim...
O Peixe está lá, volta e meia, abro a geladeira e olho pra ele; Pupilas dilatadas, pele escamosa e boca entreaberta, estão quase tendo um romance com o peixe. Por que ultimamente estou tão carente, que se um guarda de transito acenar para mim eu me apaixono, crente que a sinalização dele é um convite ou um olá, sou capaz de trocar whats app ... Bom, mas voltamos ao peixe.
Eu olho para ele, ele me devolve aquele olhar de peixe morto. Penso que não devo comê-lo, estou realmente desenvolvendo uma relação pisciano-afetiva e além do mais, foi um presente. Se fosse uma flor, ela murcharia, eu com certeza a colaria em minha agenda, assinalando a data e retribuindo créditos a pessoa que me deu, tanto, que tenho uma agenda lotada de flores mortas e secas, eu diria que não é mais uma agenda e sim um cemitério de flores. Mas o peixe, o que fazer com ele?Não posso simplesmente me desfazer dele.
Enquanto eu resolvo, estou criando uma nova consciência, vou parar realmente de querer transformar sapos em príncipes, uma hora eu, é quem acabo virando uma perereca e ai sim, ferrou!