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Um dia desses eu deixo o meu ego falar sozinho e paro de me resentir por não ter reconhecimento por aquilo que acho que tem valor e não dar valor para aquilo que os outros acreditam que mereça algum reconhecimento. Pode ser aquela taça de vinho sem graça a meia luz ou o silencio de um domingo solitário que me fez pensar em tanta coisa ao mesmo tempo, quem sabe um dia desses eu finalmente crie coragem e te diga aquelas palavras que você sabe que habitam em mim, mas que teimam em ficar guardadas, soltar o verbo dizer as palavras melosas, em meio a brincadeiras dramáticas, falar coisas serias em meio a piadas acidas tudo aquilo que eu fazia também, vai ver sinto uma grande falta de quem eu fui e quando olho para quem eu posso ser tenho medo. Um dia desses eu te chamo grito por socorro e digo que era mentira, grito por amor e digo que era mentira, grito por calor e digo que é mentira, grito por mentiras e digo que é verdade.
Nas poucas palavras sem sentido
Busco uma direção, um luz!
Nas sombras de quem fui
Na pequinês da minha onisciência
Eu solto palavras ao vento
Esperando que os bons mares me tragam de volta