SAIR DE CASA
Trancar a porta sem saber para onde se vai! Não é uma decisão fácil. Mas sair do casulo não é tarefa apenas para as borboletas. Foi fora dele, que a minha vida começou a mudar. Me senti tão adulta, quando estava subindo as escadas do ônibus e procurando o número da minha poltrona. Olhei para a janela e jurei que tudo de ruim ficaria para trás. Meu destino: Vida nova.
O mais legal de sair da cidade, é poder ser realmente quem você é. Sorrir para estranhos com a certeza de que eles são apenas isto. Descobrir que ainda existem pessoas que sem te conhecer fazem mais do que os que levam seu sangue na veia. Fora que, manter a identidade secreta sem trabalhar na CIA, também tem seu charme.
Como nunca dormi fora de casa, ir para um hotel pareceu à solução mais cabível. Noticia má: Não serviam jantar, e o café da manhã, só amanhã. Deitar a cabeça em um quarto diferente, confortável, mas não seu. Como me fazia falta um livro no criado mudo, uma foto na parede e as lembranças que deixei.
Ao abrir a bagagem, encontrei mais nostalgia do que roupas. Caminhando pelas ruas, me perdia pensando onde iria dormir. Tanto que, alguém me encontrou. Esse alguém, a quem sou muito grata, me levou para sua casa, sem saber quem era àquela menina assustada que estava à sua frente. Confesso que, me senti segura. Ainda não compreendi tanta bondade, apenas percebi que, nem todos os anjos voam, alguns caminham até você.