A CORRUPÇÃO

A corrupção não existe em nosso país já dizia vovó Miralda. É uma invenção da diabólica que foi introduzida pela mídia escrita e falada. Que isso vovó? Não existe mesmo, são apenas invenções para vender livros, revistas e outros “souvenirs”. Vovó Miralda pra aumentar o seu mirrado rendimento, criou vários produtos em prol da corrupção. Ela vende numa barraquinha lá na feirinha dos aposentados de Belo Horizonte.

Os produtos comercializados eram: canetas e canecas decoradas, camisetas, CDs e também os famosos pingüins e imãs de geladeiras da década de 80. A macróbia estava feliz com o negócio, diz que iria até aumentar o número de funcionários, por não dar conta dos pedidos. Ela argumentava que todo dia tem uma novidade para lançar, pois nunca vira tanto episodio pitoresco, que merece um “souvenir” com a foto do corrupto. Existiam até crianças mineiras completando a coleção de canecas decoradas da vovó, e diziam que a mais difícil de encontrar e a de um ex-guerrilheiro e político do PT. Diziam até que existia um mercado negro na Praça Sete para o comercio dos “souvenirs” da vovó. Informação esta foi checada pelo vovô Sinfrônio, que dizia: “não se pode nem vender produtos ilicitamente hoje em dia”.

“Sem rodeios”, num “barata voa” a macróbia fora presa por vender produtos de origem duvidosa e que ainda poderia causar problemas de saúde nos bolsos do governo e das pessoas (artigos Código Penal: 180, 184, 186 e 334). Isso mesmo, a matéria-prima e os próprios “souvenirs” chegavam aos montes nosso vizinho Paraguai. Pra completar informaram à vovó que estavam planejando um muro contra o contrabando, única forma de controlar esse bando de subversivos. Daí a vovó afirmara veementemente no depoimento que talvez um muro contra a corrupção resolva também o outro problema. Mas quem vai construir o tal muro? Com licitações e os empreiteiros do governo? Não precisa nem informar o "final do filme".

Consta também nos autos de prisão, que a megera tentou corromper no ato da operação “barata voa”, só pra sentir o “balanço do policial”:

- Pra liberar dou cem “mangos” por quilo de produto! Falara a macróbia corruptora.

- Não é dinheiro da empresa baiana Guatama? Dizia o “boca boa” que prendera a vovó na barraquinha dos aposentados.

- Meu senhor! Faço tudo direito! Pior coisa na vida é criar: Político; Empreiteiro e Iguana.

Osório Antonio da Cunha
Enviado por Osório Antonio da Cunha em 21/05/2007
Reeditado em 22/05/2007
Código do texto: T495205
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