Mais cinema
Arte e diversão: esta é a questão. Muitos trabalhos contemplam as duas vertentes. Contemplam ainda, como instrumentos que o são, formas de expressar diversas mensagens, culturas e sonhos. A minha forma de arte é a sétima; o cinema. Enquanto grande parte das pessoas aprecia-no como estrita diversão, como desafio à inteligência com seus enredos mirabolantes, ou ainda como um meio de preencher o tempo sobrado do shopping. Eu os absorvo como um vampiro (odeio o gênero). Claro que a qualidade de um trabalho independe do gênero, porém prefiro outros menos negativos. Aspectos que vão desde o texto até a fotografia e sonorização, passando, claro, por direção, desempenho dos atores, música, guarda-roupas... Coisas mais novas como story-board, efeitos visuais computadorizados etc. me seduzem. Não dá mais para ser “cirúrgico” e dizer se um filme é apenas bom ou ruim (exceto os lixos). Quase sempre há algo a se garimpar. O traço marcante, para quem, como eu, alimenta-se do cinema é a viagem, o mergulho em mundos e culturas que instiguem a curiosidade; que sugiram soluções (ou simplesmente compartilhem das semelhanças com os que vivemos); que nos contem com pompa a circunstância como foi ou como será nossa aventura na terra (ou fora até dela). Perceber esses escritores, roteiristas e diretores donos de um talento e técnica inimagináveis capazes de quase nos convencerem das ideias que expressam com os seus trabalhos me é quase uma prazerosa obrigação. Cada gênero tem suas verdades não importando o quão ambiciosa possam ser. Mentiras bem contadas poderão deixar de ser quando a vida a superar no tema e não conheço realização que antes não tenha sido um sonho. Ainda que acidental algumas certas descobertas ocorreram dentro de tentativas em seguimento semelhante, isto é, poderíamos dizer que tudo vem do sonho e este restrito a uma seleção de privilegiados e corajosos realizadores. O cinema é a arte que mais reflete os ideais sonhados. Como não gostar?