As aparências enganam

Um domingo de outono, bem propício, a proporcionar belos passeios e visões, era o que espera eu, quando saí de minha casa pela manhã deste domingo.

Um dia, um pouco turbulento, com um passeio não muito belo, mas com visões, incríveis, que necessito, compartilhar e levá-los a refletir juntamente à mim (Se assim quiserem!).

São Paulo, bairro do Tatuapé, para ser mais específica, em frente ao shopping Metrô tatuapé, onde eu aguardava um ônibus (sistema público de transposte paulistano que deixa muito a desejar, mas em dias de domingo, confesso, que a coisa fica muitíssimo pior).

Um grupo de jovens parados próximos à mim, com jeitos estranhos, falando alto, palavrões, o que me fez ficar um pouco preocupada (afinal, hoje em dia todo mundo, anda meio assustado).Logo mais adiante uma senhora, com os conhecidos sinais de "Vovó", doçura no olhar, vivências nas marcas que não se escondem mais, e estão por todo o rosto, mas um ar que compaixão, que só as vovós têm.

Avenida Radial leste, mesmo sendo domingo, estou falando de São Paulo (a cidade que nunca pára) então, carros vem e carros vão. E o mesmo grupo de jovens que me deixou assustada esperando por seu ônibus e a tão docê senhora, à espera do seu, logo adiante.

Ônibus e mais ônibus passam, e como sempre digo, quanto mais você tem pressa, acredite, mais o ônibus irá demorar para passar.

Até que chega um ônibus, e eu vejo a senhora se dirigindo à ele, logo na entrada da porta, pronta para subir as escadinhas que lhe exigiriam o maior esforço e alguém prontamente estenderia a mão para ajudá-la. Ouço um grito. "Hey sua esperta, me devolve isso,'ladrona' ", olhares atentos, quem gritava era uma menina, que estava no grupo que descrevi ter me deixado meio assustada e que também esperavam um ônibus no mesmo ponto que eu. Com quem a menina gritará? Quando vejo ela se dirigindo correndo em direção à senhora, sim, a mesma senhora que eu descrevi de forma tão pura e cheia de zêlo (afinal, velhinhos, são crianças do tempo, história viva e exemplo). Ela puxa das mãos da senhora, a carteira dela, rosinha, que a velhinha tentava esconder entre as mãos e sua blusa de frio. Fiquei assustada, a mesma senhora que tinha um olhar puro, mudou de figura, ousou, e olhou para a menina com jeito de quem não estava nem se importando, riu de forma sarcástica e subiu no ônibus ignorando o fato, como se aquilo lhe fosse absolutamente normal.

A velhinha roubou a menina em frações de segundos, enquanto passará ao lado dela, indo à caminho do ônibus.

Então em minha cabeça, tudo se transfigurou, a velhinha de docê olhar, os jovens aparentemente suspeitos.Todos ganharam posições inversas.

Pois bem, meus caros, deixo aqui,o registro de minha perplexidade as aparências, estas que nos fazem achar que uma pessoa pode ser boa ou má, chata ou legal, sem conhecê-la. Estas nos revelam todo santo dia o quanto nos pregam peças, e estamos aí vulneráveis à elas.

As aparências me fizeram achar, que um grupo de jovens poderia ser perigoso, pelas vestimentas, jeito de falar e agir e uma senhora, ser a docê e pobre vítima de qualquer história.

Máxima do dia: " As aparências enganam!"

E agora pergunto-lhes, dia-a-dia, neste tumultuado viver, trabalho, estudos, cruzando a todo momento com pessoas que não conhecemos, mas que quando as analisamos, fazemos breves julgamentos do que está pessoa pode ser, quantos "erros" deste tipo será que você cometeu?

Eu não conseguiria númerar os meus erros, devem ser muitos e muitos.

Pois hoje realmente vi, que aparência, não diz absolutamente NADA.

E quando se pegar olhando alguém, no ônibus, metrô, quem sabe até mesmo no trânsito ou em qualquer outro lugar e em sua cabeça vier pensamentos que descrevam esta pessoa. CUIDADO, as aparências realmente enganam, esta comprovado!

Obs.: Cuidado em particular com as lindas senhoras que cativam você com aquele meigo olhar! (Brincadeira)