LER E ENTENDER.
Vejo muitas considerações sobre ler na internet, inclusive pelas pessoas que pouco liam e hoje foram levadas à leitura pela internet.
É inegável ser um grande valor ainda que não se aprofunde em conhecimento. Como se diz, conhecer “pela rama”, superficialmente, e conhecer com densidade, duas pontas.
Saber quem é Poncio Pilatos e não conhecer Prócula, sua mulher, um simples exemplo. Ouvir falar no Senado Romano e não conhecer seus personagens que influenciaram o mundo e os povos até hoje, em detalhes tão intensos e presentes que vivem do nosso lado e não sabemos.
Mas o importante é o contato com a leitura, mesmo que pouca e ilustrada por imagens, sendo esta a grande sedução e motivação, a imagem como da TV que coloca milhares aos seus pés, como uma Deusa amada e festejada em todos os lugares e momentos. A imagem, esse notável e grandioso acontecimento, desde a fotografia que sucedeu a pintura expressionista até o cinema mudo e à TV.
É assim hoje com o computador, porém, além de aliar um novo hábito como o de ler, carrega a disfunção da leitura. Ler e não penetrar o conteúdo. Isso é nocivo. É preciso compreender minimamente o que se lê e voltar a ler, refletir, buscar entender, sem o que a leitura é pura desrazão. Não cessar de buscar o conteúdo, o que mora atrás das letras. Fora daí a leitura é mais uma forma de se desinformar.
Alguns dizem que conhecem de cor clássicos, uma pontinha de mentira, pelo que escrevem, outros não negam seu desconhecimento, lerem pouco. Acima de tudo a internet envia à leitura, uma verdade, seja a leitura que for.
Mais vale o hábito e o exercício do que a inexistência de ambos, mas é preciso burilar a percepção, acionar os neurônios para penetrar um pouco mais no grande passeio que é a leitura que procede.