O INFERNO.
A cooperação é mola fundamental da sociedade. Até que ponto? Até a fronteira da consciência. Ela move as instituições de forma uniforme e global, só não se percebe com bastante clareza essa movimentação.
Nessa atuação funcionam o mal e o bem. A consciência do mal em cada um é o inferno. Pode parecer como assevera Voltaire que paraninfos do mal estão bem: “Vós inventastes um sistema cujo ridículo entra pelos olhos: o malfeitor bem aboletado na vida e com a família a prosperar devia naturalmente rir-se de vós”. Estão rindo?
Vemos a risada e o deboche a nos enfrentar, e o descrédito de nossas inteligências. Isso não prospera só em nossos dias, conheça-se a história do Senado Romano, bastante antiga, vetusta.
As instituições, da menor empresa espalhada no globo às grandes corporações, aos Estados, têm um objetivo comum. É um sistema maior. Por isso se ouve muito hoje políticos falarem em macroeconomia e microeconomia. Uma gama complexa difícil de relacionar, imenso universo. Mas está lá como referencial a cooperação patrocinada pelo bem para que se mova essa imensa engrenagem chamada sociedade com o mérito que faz o inferno ficar distante.
E ainda argumenta Voltaire: “Enganai-vos: para um criminoso que raciocinasse bem haveria cem que nem raciocinariam. Aquele que, cometido um crime, não se sentisse punido na própria pessoa nem na do filho, temeria pelo neto.”
É esse o inferno, um outro inferno, conhecido formalmente. E tem acontecido no Brasil com os corruptos, não todos, há ainda os que escapam ou ainda sobrevivem nos porões da clandestinidade. E o pior, a pena passa do malfeitor, cai sobre filhos e netos quando a lei diz que a pena não passará do autor do crime.
O inferno chega de alguma forma para quem não presta, sempre chegou. Estão crepitando labaredas próximas aos que usurpam e se locupletam do que é dos outros, ou se locupletaram. Em Brasília um clarim tocou no Tribunal Superior Eleitoral dizendo contrariamente à lei temporal o que é justo, barrando uma candidatura ao governo, o mesmo aconteceu em São Paulo com notório político sobre o qual pesam inúmeros processos e condenação no exterior. Seriam já os novos ventos?
No momento está chegando o inferno para os que merecem. Basta ter olhos de perceber, todos em grau de consciência mínima ou máxima pagam suas dívidas, é um tribunal do qual não se escapa, se conhece como inferno.
Nada acontece sem estar atrelado ao processo causal, nada ocorre depois sem que tenha um movimento ocorrido antes, se bom ou mau, com as mesmas consequências.