Caminhando para dias melhores

Esta semana confesso que fiquei comovido ao ver uma mãe que exigia que a sua filha caminhasse mais rápido do que conseguia.

A criança por não ter condições físicas para acompanhar os passos da mãe, parecia cada vez mais exausta e distante, pondo-se a chorar diante daquela angustiante situação de abandono físico e afetivo.

Uma mãe com dificuldades para lidar com incentivos e limites e criar possibilidades felizes com a sua filha. Ambas estavam sofrendo com aquela situação.

Fui ao encontro dela. A princípio ela ficou um tanto reativa e na retaguarda com relação a minha aproximação porém, ao perceber que meu objetivo não envolvia críticas ou censuras soltou-se e pudemos sentar e conversar por quase uma hora.

Logo que a mãe parou em função da minha aproximação já fiquei feliz por ter percebido que a criança teve tempo suficiente para alcança-la, agarrando-se a suas pernas. Parecia aliviada, pois parou de chorar e seus olhinhos ganharam um outro aspecto. Confesso que eu também respirei mais aliviado, pois estava muito apreensivo diante da cena e da reação que a mãe poderia ter com relação a minha abordagem.

Era nítida a disponibilidade daquela angustiada mãe em favorecer aquela conversa, ela estava disponível para o diálogo, para a melhora e isso me deixou esperançoso quanto a evolução para um final feliz.

Chorou muito, revelou-me algumas coisas a respeito de seu momento atual de vida e da percepção que tinha quanto ao fato de que aquelas questões acabavam repercutindo em muitas outras pessoas inclusive em sua amada filha. Falou-me de seus objetivos de mudanças, do quanto exigia de si mesma mais do que podia dar conta e de seus passos sofridos além de suas possibilidades, exatamente como cobrava de sua adorável menina.

Limitei-me a ouvi-la e apoia-la em seus desejos de mudanças, pois parecia muito necessitada quanto a isso. Coloquei-me a disposição para ajudá-la caso necessário, e foram-se.

Fiquei comovido com tamanha credibilidade e com as possibilidades daquela mãe para consigo mesma, para com sua filha e para uma nova vida bem mais feliz.

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 31/08/2014
Reeditado em 31/08/2014
Código do texto: T4944365
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