Menos Coisas e Mais Experiências
Poderia ter passado totalmente despercebida a frase que me levou a essa reflexão, a esse questionamento. Achei curioso estamparem isso em um rótulo de shampoo de uma marca nacional bastante conhecida, que não vem ao caso revelar. E a reflexão que me veio, coincidentemente durante um dos banhos quando estava em Buenos Aires foi exatamente essa: você prefere adquirir coisas ou se permitir ter mais experiências? Prefere gastar suas economias em infindáveis parafernalhas que um dia não servirão para nada? Não seria melhor reavaliar o que é útil, necessário? Pois bem. Confesso que não sou um paradigma de consumidora ou uma exímia economista, mas depois dos trinta e principalmente depois de me tornar mãe, tenho aprendido a repensar o que é ou não supérfluo. Não viajo para comprar coisas, claro que alguns lugares são específicos para esse fim e até vejo com bons olhos comprar mais e gastar menos (o sonho de toda mulher). Mas não está nos primeiros lugares da minha lista de desejos. Viajar para mim é mais que isso, porque me traz experiência de vida, e sempre me acrescenta algo como pessoa. E sinceramente, quanto mais vivo mais tenho valorizado essa espécie de bagagem: a da alma. Por que? Porque é a única que levamos ao partir desse mundo. Calma, não fui ordenada como Irmã Franciscana nem sou tão desprendida dos bens materiais assim. Simplesmente valorizo o que permanece conosco verdadeiramente, e o que podemos passar verdadeiramente para outras pessoas. Roupas, carros, imóveis e outra infinidade de acessórios materiais são úteis, obviamente. Mas não podemos nos escravizar em função de adquirir essas coisas. Como disse sabiamente Mário Quintana: "Viajar é trocar a roupa da alma". E é exatamente assim que me sinto sempre que viajo para algum lugar. Preciso disso, é uma necessidade espiritual minha. Reveja suas prioridades. Talvez você não goste tanto de viajar como eu. Talvez apenas não descobriu ainda que goste. Mas questione-se: Mais coisas ou mais experiências?