no meio do caminho...
No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, mirei na maldita e lhe apliquei um belo chute, rodopiei feito um retardado e descobri que não era uma pedra, e sim um parafuso! Um mendigo ao lado caiu na gargalhada e fez no chão uma marca, olhei e logo constatei que agora faço parte do grupo de mais de dez azarados camaradas, que muito provavelmente pensaram “Podia jurar que era uma pedra”, eu embriagado de vergonha e ainda curioso, virei pro indigente e perguntei “Em que pé anda as cotações do dia” que muito profissionalmente respondeu, “Gritantes! Gritantes! Nem aquele tal de Jones poderia prever! Há... se fosse uma senhora sua bolsa cairia!” completou o artista.
Os tropeções já não eram novidade, nem os pombos se assustavam mais, muito pelo contrario, pareciam parar suas atividades só para caçoar do coitado, (que neste idiota momento acabei sendo) e a cada passo a dor do dedão e a do meu orgulho não me deixavam esquecer! Maldita hora em que confiei nesta ilusória certeza, parecia uma simples pedra, como aquela de David ou mesmo a de Drummond, mas não, não...tava mais pra parafuso de Frankenstein ou porca do Titanic, e eu que nem de longe pareço o DiCaprio, acabei neste naufrágio.
Lembrei da frase engraçada do Manuel, não o Bandeira e sim o da padaria!
“Chapéu de palhaço é marreta” e o do desastrado, é capacete?
Sei lá, sei lá, fugi daquela rua e transformei o fato numa crônica, assim posso dizer que tal acidente não passou de inspiração!