Este não é meu planeta
Acordei com esta ideia fixa em mente. Sinto-me como Descartes “penso logo existo”.
Mas não apenas penso, existo mesmo, sinto mesmo. Olhei no espelho com cara de noite mal dormida e procurei minha máscara da convivência humana, do ser “social” para praticá-lo. Não achei! Me veio à maldita dúvida, aquela da ideia fixa, por que não tenho a minha máscara?
Achei que tivesse esquecido de tirá-la para dormir, então, apalpei meu rosto tentando encontrá-la. Nada. Mas eu preciso muito dela, todos usam e serei estranha para eles sem ela. Preciso pertencer àquele espaço. Veio-me o desespero. Perdi minha armadura diária!
Respirei fundo e refleti sobre o sumiço. Nossa, que choque de realidade! Doeu. Não tenho máscara. Nunca tive. Mas como posso estar viva em meio aos personagens mascarados? Simples, este não é meu planeta!