"DEMÔNIO DE LAPLACE".
O chamado “demônio de Laplace” situa-se na demonização do intelecto, com o mal numericamente suplantando o bem como ocorrente, e a razão cedendo fomentada pela dúvida e recuos, arrastando conflitos que intranquilizam a necessária serenidade para refletir. Assim tem caminhado a humanidade entre conflitos e egoísmos de toda sorte, com vários seguidores.
A incerteza de Laplace, configurada em sua tese conhecida, não afasta a obrigação moral dos que conduzem os destinos de nações e dos que pensam, ao contrário, situa a possibilidade de se sensibilizarem e projetarem em termos futuros. Para afastar radicalidades basta ser sincero.
É preciso assumir responsabilidades, dever de todos, e bem mais daqueles a quem se destinou dirigir os povos e participarem de instituições de alguma forma decisória.
Muitos bandidos são candidatos a cargos eletivos. Já julgados em primeiro grau e por especiarias de temporalidade tentam se apoiar na corda que não é tão bamba assim, basta que os que têm os fios da lei nas mãos como intérpretes, balancem a interpretação para o lado do bem. Impõe-se o exercício da Lei Moral.
A história humana é ambivalente. Quem ousaria negar que o mal sempre prevaleceu sobre o bem ou a dor sobre a alegria?
O físico, matemático e astrônomo Laplace, também se sentia pequeno diante dessa prevalência do mal sobre o bem, e das graves indagações que não aproximam nem explicam fenômenos que desfilam sob nossos sentidos e acabam sem decifrar condutas fechadas ao entendimento com razões que enfrentam a clareza dos fatos sociais.
Nós podemos e devemos abstrair visões pessoais que ofendem o todo, e tomar o estado presente do universo como efeito do seu passado e a causa do seu futuro.
Um intelecto conhecedor das forças sociais e movimentos ocorrentes percebe, que nada seria tão incerto, se ouvido o passado e pelo presente diante de seus olhos, não buscasse fazer justiça para o futuro.
A incerteza de Laplace, sua demonização do intelecto, não afasta a obrigação moral dos que têm poder decisório.