Mudança inevitável, crítica evitável
A diversidade cultural, étnica, racial, religiosa, partidária, sexual, dentre outras, no Brasil de hoje é um assunto extremamente melindroso. Se voltarmos ao tempo, não muito longe de uma realidade contemporânea, encontraremos traços e rastos de um processo carrasco e falacioso, que considerava de maneira irresponsável, essa diversidade como um perigo à humanidade.
Na religião, predominantemente regida pelos moldes apostólicos romanos, custou muitas lutas e sangue para que fossem reconhecidos e respeitados novos credos. Tantas etnias e raças miscigenadas, que deram origem a um país multicultural, proveniente de uma colonização que só visava o bem estar de um partido, a coroa real, foi massacrada pelos seus donos que lhe impunham trabalhos e moldes de vidas precários e anti-humanos.
Depois de tantas lutas, guerras, revoluções e reivindicações, os governos nacionais e internacionais criaram mecanismos para que estas “diferenças” fossem corrigidas, a Conferência Internacionais dos Direitos humanos é um grande exemplo, no entanto independentemente das leis que punem comportamentos discriminatórios, o pensamento da sociedade parecia-me ter mudado com relação a estes assuntos.
Acontece que por mais que os meios de comunicação divulguem uma igualdade utópica, buscando reiterar a humanidade ao que deveria acontecer, ainda existe parâmetros religiosos, familiares e morais que banalizam e criticam, de certa forma, as diferenças existentes, haja vista que ainda não houve uma ruptura com a tradição, que foi passada pelo surgimento das distopias em resposta aos governos autoritários do século XX.
Em pleno século XXI, com tanta veiculação de políticas governamentais antidiscriminatórias, inúmeras ONG’s lutando para prevalecer ideais que na maioria das vezes só visa uma igualdade sexual que hipocritamente a humanidade condiz, esquecem da principal forma para anular qualquer tipo de discriminação que é semeando o amor, respeitando o próximo como se fosse a si mesmo.
Enquanto isso não acontece, aqueles que se sentem discriminados por algum tipo de diferença, vão sofrendo com críticas que poderiam ser evitáveis se aquele que critica colocasse no lugar daquele que sofre discriminação enxergaria que as mudanças são inevitáveis, mas as críticas são completamente evitáveis.