Por que uma bola não é uma bola e quanto tempo leva um almoço?
Sempre teve gosto por desaparecer. No primeiro relato, dos três anos de idade, a patrulha familiar passou, perguntando ao merceeiro se havia visto uma menininha assim, assim... – Não passou por aqui! A patrulha seguiu em outra direção. Minutos depois, o toco de gente saiu de trás do balcão da mercearia, quase sob as pernas do merceeiro. Vários sumiços depois, quis se perder na Avenida São João, quando em São Paulo. Não teve jeito. Uma batidinha no ombro denunciou um amigo, morador do outro lado do país. Que fazer?! Novos tempos, fabulosos meios de comunicação, permitem informar como está “se sentindo”. Numa dessas, anuncia: “saindo para almoçar com uma amiga”. Depois da saída às 10 horas da manhã, com a volta pelas 6 horas da tarde ou, não raro, mais à noite, veio a pergunta curiosa: - Que almoço é esse? Eis o ritual. Saio a pé, aproveito para pagar uma conta, comprar algo no supermercado, já na casa da amiga espero a criatura se arrumar, saímos para escolher restaurantes, entramos em três ou quatro, voltamos ao primeiro, conversa vai conversa vem, caminhada pelo parque e cidade, ida à igreja (que tem banheiro limpinho), pernas descansadas, fotografia daqui e dali, mil paradinhas para cumprimentar conhecidos e desconhecidos, hora do café da tarde na padaria, amigos são chamados, vemos passar o cantor, alguém intima para o chimarrão em casa, no inverno tem pinhão cozido e vinho, no verão tem “servejinha” com algo espetado sobre o fogo, mais conversa vai e vem... Assim se dão os sumiços anunciados com o nome de almoço. Agora, por que uma bola não é uma bola, que me perdoem!! Quem fez uma pergunta dessas?
Foto: meriam (Parcão - Porto Alegre)
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Uma bola não é uma bola
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/umabolanaoeumabola.htm
Sempre teve gosto por desaparecer. No primeiro relato, dos três anos de idade, a patrulha familiar passou, perguntando ao merceeiro se havia visto uma menininha assim, assim... – Não passou por aqui! A patrulha seguiu em outra direção. Minutos depois, o toco de gente saiu de trás do balcão da mercearia, quase sob as pernas do merceeiro. Vários sumiços depois, quis se perder na Avenida São João, quando em São Paulo. Não teve jeito. Uma batidinha no ombro denunciou um amigo, morador do outro lado do país. Que fazer?! Novos tempos, fabulosos meios de comunicação, permitem informar como está “se sentindo”. Numa dessas, anuncia: “saindo para almoçar com uma amiga”. Depois da saída às 10 horas da manhã, com a volta pelas 6 horas da tarde ou, não raro, mais à noite, veio a pergunta curiosa: - Que almoço é esse? Eis o ritual. Saio a pé, aproveito para pagar uma conta, comprar algo no supermercado, já na casa da amiga espero a criatura se arrumar, saímos para escolher restaurantes, entramos em três ou quatro, voltamos ao primeiro, conversa vai conversa vem, caminhada pelo parque e cidade, ida à igreja (que tem banheiro limpinho), pernas descansadas, fotografia daqui e dali, mil paradinhas para cumprimentar conhecidos e desconhecidos, hora do café da tarde na padaria, amigos são chamados, vemos passar o cantor, alguém intima para o chimarrão em casa, no inverno tem pinhão cozido e vinho, no verão tem “servejinha” com algo espetado sobre o fogo, mais conversa vai e vem... Assim se dão os sumiços anunciados com o nome de almoço. Agora, por que uma bola não é uma bola, que me perdoem!! Quem fez uma pergunta dessas?
Foto: meriam (Parcão - Porto Alegre)
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Uma bola não é uma bola
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