A crônica.

Em primeira pessoa, eu ou nós, segue...

Diria o pensador japonês Daisaku Ikeda: enquanto uma nação ainda corre para ler as notícias do caderno policial de um jornal qualquer sua sociedade padece de crescimento espiritual.

Vivemos a era da tragédia anunciada, registrada e contada via "whats app".

Não sou de compor tragédias, tampouco injustiça, violência ou ingratidão.

Acredito no belo, na harmonia entre os seres, na paz e na valorização da dignidade da vida. No entanto, não há como emudecer perante as circunstâncias diárias que somos obrigados a enfrentar em nossa amada e mal tratada Belém do Pará.

Talvez a sua realidade não seja a mesma que a minha ou talvez more em outra cidade, menos violenta e menos injusta.

A tragédia está anunciada e aguarda a próxima vítima.

A cada quatro anos ouvimos as mesmas promessas: mais armamento, mais viaturas, mais polícia e mais segurança como se fôssemos idiotas, seres não pensantes ou desprovidos de senso crítico, argumento ou conhecimento de causa. Apresentam "soluções" e focam na consequência e não na causa, mas isso também é proposital, não se enganem.

A sociedade intelectual, por outro lado, exporá que necessitamos de mais investimentos na educação, na saúde e em infraestrutura e que a solução, se forem feitos tais investimentos, será a médio e longo prazo.

Aliás, somos de fato os conhecedores da realidade, pois somos nós que saímos sobressaltados nas ruas, virando a cabeça para trás para observar de segundo a segundo quem vem.

Somos os que não podem sequer sentir a brisa do mar, o calor matinal do sol enquanto dirigimos, pois "a lei" é a do vidro elétrico "fechado" que te faz refém da realidade, prisioneiro do veículo comprado com tanto esforço e que, em tese, já deve sair da concessionária com seguro total, pois corre o risco de ser roubado ou mesmo atingido por outro motorista que não está nem aí para o seu modo de vida ou mesmo para a vida do outro.

Argumentamos, ouvimos, brigamos e protestamos em redes sociais.

Toda transformação deve vir de dentro e se expandir no ambiente. Carl Jung, importante psiquiatra suíço, alertou: quem olha para cima sonha; quem olha para dentro desperta.

Não quero aqui "religiosijar" ninguém!

Cada um que viva seus valores e suas crenças ou mesmo sua religiosidade ou religião, mas se me permitem, peço que vivam com grandeza e humanidade.

Ter religiosidade é muito mais profundo que ser um religioso! É uma busca interna e incessante por um "eu superior", um "eu maior" capaz de perceber os sinais universais e a importância do outro em nossas vidas.

Perceber, ter clareza, viver plenamente a grandiosidade de sua nobre existência. Princípios tão fundamentais esquecidos durante a correria dos "pegue-pagues" diários.

Difícil!

É realmente muito difícil falar de morte e violência e ainda mais sobre o espírito humano e suas deformações.

Não acredito na podridão da essência humana, cantada em verso e prosa em alguns setores da sociedade.

Ao contrário, creio que nossa essência é pura como um cristal límpido e nossa missão maior é justamente polir a nossa vida em busca dessa genuinidade, em direção ao nosso ponto primordial para que haja uma reflexão e posterior decisão de modificar as imperfeições.

Seguem os acidentes de trânsito por ignorância ou pressa!

Seguem os assaltos seguidos de mortes!

Segue a indiferença perante à vida humana!

Segue Belém se convencendo que a saída para tantos problemas está no Aeroporto Internacional de Val de Cans. Foi o que li na crônica de um desconhecido.

No entanto, segue o meu juramente de luta em prol dessa humanidade que faço parte. Não a escolhi, foi ela quem me escolheu!

A arte de viver que, se bem direcionada, transformará cenários e o espetáculo sobre o drama real deixará de ser um triste monólogo e será remodelado, transformando-se em um grande musical em defesa da vida com platéia e aplausos eternos.

Minha decisão, meu eterno juramento!

Faça o seu!









 
Phellipe Marques
Enviado por Phellipe Marques em 27/08/2014
Reeditado em 08/09/2014
Código do texto: T4938647
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