A SORTE POR UM FIO

Acabo de ver um fiozinho dos meus cílios aqui na mesa ao lado do computador. Ao puxá-lo, ele grudou na ponta do meu dedo, então lembrei-me de uma simpatia que fazíamos antigamente. Quando isso acontecia, chamávamos alguém para pressionar seu dedo sobre o nosso. Fechávamos os olhos e como se estivéssemos diante da lâmpada de Aladim, cada qual pensava ardentemente num pedido. Um minutinho depois, ao separar as mãos, quem ficasse com o cílio teria seu sonho realizado... Simples assim, sem gênios com voz de trovão ou tremores de terra. Embora não houvesse palácios nem princesas como na famosa história, pela imaginação das moçoilas geralmente circulava a imagem de um belo rapaz que elas acreditavam amar para o resto da vida. Se ficariam com ele ou não, o cílio é quem diria... Podia também ser decisão do fiozinho de pestana a sorte de passar de ano raspando em matemática ou a tragédia de perder as férias por causa de uma segunda época...