Café no centro
E essa vida noturna justifica quem eu sou. O lugar parece requintado (imagem pré - formatada) mas com a nossa brasilidade, o nosso pão de queijo e o nosso jeitinho, com o clima de 28 C do inverno. O inferno está logo ali, alguém disse, é só voltar-se para a rua cruzada, a esquina encontrada. Aquelas pessoas cujos cheiros se confundem com os perfumes requintados. Pessoas que ali encontrei. Ella es estranjera, estava lendo alguma coisa da cidade. É impossível negar o motivo da minha hipocrisia comigo .A senhora ao lado mira me como se eu fosse uma rosa silvestre. E seu marido a acompanha no olhar. As duas mulheres ao lado falam de exs: trabalho, bicho homem, etc.enquanto uma delas olha os detalhes do meu vestido. O malandro entra e pede o de sempre, e a popularidade da rua ao lado resolve tomar os seus cafés. Eai, o sr. do jornal, aquele do prédio acima, paga a garçonete com seu dinheiro de porquinho. E eu aqui, penso em como o dia foi estranho - de felicidade a coração machucado , de vestido novo à volta pra casa sem aquele beijo, que já não sei que cor deveria ser.