Maria Bonita de Lampião
1. A história do cangaço, liderado por Lampião, registra a presença de muitas mulheres que participaram ativamente dessa empreitada criminosa ao lado deste ou daquele cangaceiro. Cada bandoleiro tinha uma mulher que lhe seguia os passos na alegria e na tristeza; nas vitórias e nas derrotas; nas aventuras; na ventura e na desventura.
2. Eram identificadas como a companheira do cangaceiro a quem elas se entregavam de corpo e alma. Aí você tinha a Maria do Azulão, a Enedina do Cajazeiras, a Durvalina do Virgínio, a Marina do Piaui, a Adília do Canário, a Sila do Zé Sereno e a Dada do Corisco.
3. Estudante de Direito, aqui em Salvador, idos de 1958-60, conheci pessoalmente o ex-cangaceiro Labareda. Era um cidadão calado, pacífico, que não mais atendia pelo apelido do cangaço mas pelo seu nome de batismo, Ângelo Roque. Ele também teve sua companheira: a Mariquinha; a Mariquinha do Labareda.
4. Seu Ângelo, muito atencioso e desconfiado, acompanhava o Mestre Estácio de Lima (escreveu o Mundo Estranho dos cagaceiros), meu saudoso professor de Medicina Legal, no seu dia a dia. Era-lhe grato por tê-lo ajudado na sua volta ao convívio social, depois da queda definitiva do cangaço.
5. Mas, entre as mulheres do cangaço, a que continua merecendo maior destaque e atenção é a baiana Maria Bonita, mulher de Virgulino Ferreira, o Lampião.
Lembra o escritor Antônio Amaury Corrêa de Araújo que ela "foi sem dúvida, a figura mais conhecida, comentada, divulgada, valorizada, adulada e elogiada, dentre todas aquelas mulheres que viviam com cangaceiros.
Tinha o nome de Maria Bonita mas - segue o escritor - "não se destacava das outras por nenhum atributo físico..." Gozava desse privilégio pelo "fato de ser a amante do chefe supremo" dos sicários, ressalta o Amaury Corrêa.
Maria Bonita nasceu no ano de 1910 (há quem diga em 1911) na fazenda Malhada da Caiçara, perto da cidade de Santa Brígida, no nordeste da Bahia.
6. Aproveito para recomendar a leitura do excelente livro Lampião: As mulheres e o cangaço, do escritor paulista Antônio Amaury Corrêa de Araújo, uma edição nova e revisada, nas livrarias de todo o Brasil.
7. Abro os jornais de Salvador e me deparo com esta notícia: "Objetos de Maria Bonita são roubados de museu." O museu, que fica a 38 quilômetros da cidade de Paulo Afonso, guardava os seus pertences.
Informa os jornais: "Entre o que foi roubado há uma máquina de costura de mão que era da família dela e que tinha mais de 100 anos, assim como um ferro a brasa." Foram ainda roubados "livros, fotos e quadros."
8. Diga-se o que se queira dizer sobre Maria Bonita. Até que ela, feia e baixinha, fora uma figura inexpressiva no tempo do cangaço.
O que não se pode esquecer é que ela foi o grande amor de Lampião, escrevendo, ao lado do rei dos bandidos, parte da história do cangaço, que aterrorizou as quebradas do sertão nordestino, no século passado.
9. É dever das autoridades ( e nosso tembém) preservar-lhe a memória dentro e fora dos museus. Que os arrombadores sejam presos; e recuperados os pertences de Maria Bonita, a primeira-dama do cangaço.
1. A história do cangaço, liderado por Lampião, registra a presença de muitas mulheres que participaram ativamente dessa empreitada criminosa ao lado deste ou daquele cangaceiro. Cada bandoleiro tinha uma mulher que lhe seguia os passos na alegria e na tristeza; nas vitórias e nas derrotas; nas aventuras; na ventura e na desventura.
2. Eram identificadas como a companheira do cangaceiro a quem elas se entregavam de corpo e alma. Aí você tinha a Maria do Azulão, a Enedina do Cajazeiras, a Durvalina do Virgínio, a Marina do Piaui, a Adília do Canário, a Sila do Zé Sereno e a Dada do Corisco.
3. Estudante de Direito, aqui em Salvador, idos de 1958-60, conheci pessoalmente o ex-cangaceiro Labareda. Era um cidadão calado, pacífico, que não mais atendia pelo apelido do cangaço mas pelo seu nome de batismo, Ângelo Roque. Ele também teve sua companheira: a Mariquinha; a Mariquinha do Labareda.
4. Seu Ângelo, muito atencioso e desconfiado, acompanhava o Mestre Estácio de Lima (escreveu o Mundo Estranho dos cagaceiros), meu saudoso professor de Medicina Legal, no seu dia a dia. Era-lhe grato por tê-lo ajudado na sua volta ao convívio social, depois da queda definitiva do cangaço.
5. Mas, entre as mulheres do cangaço, a que continua merecendo maior destaque e atenção é a baiana Maria Bonita, mulher de Virgulino Ferreira, o Lampião.
Lembra o escritor Antônio Amaury Corrêa de Araújo que ela "foi sem dúvida, a figura mais conhecida, comentada, divulgada, valorizada, adulada e elogiada, dentre todas aquelas mulheres que viviam com cangaceiros.
Tinha o nome de Maria Bonita mas - segue o escritor - "não se destacava das outras por nenhum atributo físico..." Gozava desse privilégio pelo "fato de ser a amante do chefe supremo" dos sicários, ressalta o Amaury Corrêa.
Maria Bonita nasceu no ano de 1910 (há quem diga em 1911) na fazenda Malhada da Caiçara, perto da cidade de Santa Brígida, no nordeste da Bahia.
6. Aproveito para recomendar a leitura do excelente livro Lampião: As mulheres e o cangaço, do escritor paulista Antônio Amaury Corrêa de Araújo, uma edição nova e revisada, nas livrarias de todo o Brasil.
7. Abro os jornais de Salvador e me deparo com esta notícia: "Objetos de Maria Bonita são roubados de museu." O museu, que fica a 38 quilômetros da cidade de Paulo Afonso, guardava os seus pertences.
Informa os jornais: "Entre o que foi roubado há uma máquina de costura de mão que era da família dela e que tinha mais de 100 anos, assim como um ferro a brasa." Foram ainda roubados "livros, fotos e quadros."
8. Diga-se o que se queira dizer sobre Maria Bonita. Até que ela, feia e baixinha, fora uma figura inexpressiva no tempo do cangaço.
O que não se pode esquecer é que ela foi o grande amor de Lampião, escrevendo, ao lado do rei dos bandidos, parte da história do cangaço, que aterrorizou as quebradas do sertão nordestino, no século passado.
9. É dever das autoridades ( e nosso tembém) preservar-lhe a memória dentro e fora dos museus. Que os arrombadores sejam presos; e recuperados os pertences de Maria Bonita, a primeira-dama do cangaço.