O MANUAL DA VIDA

Observando a vida penso que tudo poderia ser mais fácil se existisse um manual de como se viver, se em suas páginas trouxesse detalhadamente a maneira mais acertada de utilizarmos nosso tempo e conseqüentemente sermos felizes.

Um manual que nos ensinasse a brincar ativamente na infância, a ouvir o conselho dos pais, a não se preocupar em ficar mais velhos logo. Poderia nos ensinar também que a rebeldia da adolescência é desnecessária, que passear com os pais é tão bom quanto passear com os amigos e que o mundo não vai acabar por não termos o tênis da moda.

Uma informação importantíssima seria mostrar valor do saber, valor este muito mais que a obtenção de um mero diploma.

Como seria bom se um capítulo deste manual nos mostrasse que as pessoas são únicas, são diferentes, e que, essas diferenças é que fazem a riqueza da humanidade, e o quanto seria importante respeitar essas diferenças.

Para que ele fosse completo poderia nos ensinar a cuidar de nossos filhos com carinho, com respeito e acima de tudo preparando-os de forma correta para a vida.

E para finalizar, que esse manual nos ensinasse a conviver com os sinais do tempo, nos mostrasse o valor de toda a experiência e sabedoria acumulada na vida, que os cabelos ficam brancos para demonstrar que a mente está mais iluminada que antes.

Infelizmente esse manual não existe, e mais triste ainda é constatar que se ele existisse não acreditaríamos nele, provavelmente nem o leríamos, pois não acreditamos verdadeiramente naquilo que pode tornar nossa vida mais fácil.

A única experiência que realmente aceitamos é a nossa própria, a experiência da tentativa e erro, não a experiência passada através do conhecimento do outro.

Acabamos por escrever um manual inteiramente próprio, um manual de como se viver bem, de como ser feliz, de como não desperdiçar os momentos mágicos da vida, e que por ironia só o compreendemos quando a vida já se passou.