DRA. IOKO
Nair Lúcia de Britto
 
Eu conheci a Dra. Ioko, médica pediatra, numa manhã em que cheguei ao Pronto Socorro de um hospital, em São Paulo, muito nervosa, carregando no colo um dos meus filhos, que estava passando mal.
O percurso até lá fora difícil devido o trânsito muito congestionado. Nem sei como consegui dirigir meu Fusca amarelo, tendo a meu lado uma criança quase sem ar, mesmo porque a mãe da criança era eu.
Assim que consegui chegar à Pediatria, pedi, ou melhor, supliquei à recepcionista pronto atendimento médico. Mas, para meu desespero maior, ela respondeu que o limite de atendimento já tinha estrapolado e mostrou-me as filas enormes de mães com seus filhos, diante dos vários consultórios daquela especialidade.
-- Pelo amor de Deus, eu disse. – Meu filho está quase sem ar.
Ela ofereceu-me, então, o que ela considerava  uma última alternativa, dizendo:
-- Somente a Dra. Ioko está disponível -- E apontou-me a sala dela.
Olhei para lá e vi que não tinha nenhum paciente à espera. Estranhei e, pensei comigo: “Meu Deus, essa Dra. Ioko deve ser uma médica muito ruim, para ninguém querer se consultar com ela.” Mas, fosse como fosse, naquele momento ela era a minha única salvação.
Fui prontamente atendida por uma pediatra japonesa que pegou meu filho e, assim que o examinou, deitou-o na maca e começou a massageá-lo como se ele fosse massa de macarrão. Meu coração se apertava, sem saber se aquela massagem seria bom ou não...
Sem prestar atenção no meu olhar aflito, ela continuou com a massagem, virando meu filho de lá pra cá, de cá pra acolá. Quando terminou, meu filho estava ótimo e respirando normalmente.
Depois, ao sentar-se à mesa para aviar a receita fez-me várias perguntas, entre elas se eu costumava dar muitos doces ao meu filho.
-- Mais ou menos, respondi.

A seguir,  explicou-me detalhadamente sobre os malefícios do açúcar branco, que originalmente é escuro (açúcar mascavo), e a farinha de trigo branca. Que as indústrias alimentíceas embranqueciam esses alimentos com um componente químico. E que, infelizmente, esse produto era um veneno que lentamente vai destruindo as células do corpo até surgir um câncer.
Isso aconteceu há mais de trinta anos. Pouco depois, tudo que a Dra. Ioko me ensinou foi-me confirmado por um  médico homeopata, excelente!
Recentemente, numa pesquisa que fiz, fiquei sabendo que um cientista alemão, Otto Heinrich Warburg, ganhou, no ano de 1931, o prêmio Nóbel por um trabalho ao qual se dedicou a vida inteira : “A CAUSA PRIMÁRIA DO CÂNCER”.
Lembrei-me, então da Dra. Ioko, a pediatra  que atendeu meu filho tão bem e que me deu informações tão preciosas, baseadas nos estudos de Warburg.
Compreendo hoje por que seu consultório estava sempre vazio.  É porque a maioria das pessoas só quer saber daquilo que lhes  dá prazeres momentâneos; e não do que lhes dá qualidade de vida!
Cara Dra. Ioko, esta crônica eu escrevi em sua homenagem, em agradecimento ao que fez por mim, naquela manhã longínqua....
Esteja onde estiver, Deus a abençoe e lhe dê a recompensa merecida!

 
Nair Lúcia de Britto
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 23/08/2014
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