Milton Nóbrega, uma perene boa vontade
Comentava, em Espírito Santo, no féretro de Milton Nóbrega, em companhia do seu irmão Mailson Nóbrega, Martinho Moreira Franco e Juca Pontes, que, com aquele cidadão, sepultava-se muita “boa vontade” de viver e de fazer o bem aos outros; homem cordial, fazedor de amizades, desfazedor de conflitos; altivo, condescendente a quem não correspondesse às suas atitudes de amigo. Quando nos falava, estreitava seus olhos por onde passava, com maior agudeza, a expressão da sua alma. Seu forte espírito de grandeza, com a maturidade, não coube mais no seu corpo... De repente, voz desconhecida perguntou a diferença entre “boa vontade e vontade boa; vontade má e má vontade”. Confuso, mas para pôr fim ao assunto, expliquei-lhe sentir uma variação de importância nos adjetivos, mas que tal comutação de termos recebia interpretações subjetivas e relativas. Contudo, o interpelante lembrou indivíduos que, “ao contrário de Milton”, caracterizam-se, com constância, por atitudes de má vontade, embaraçando qualquer “ambiência” em associação, em mesa de bar ou no trabalho; stendhaliano, finalizou: "Age com má vontade quem resulta dela"...
Com um “como dizia antes”, retornei a Milton Nóbrega que, há pouco, tinha feito a bandeira da Fundação Casa de José Américo, hoje hasteada também como marco desse batalhador. Depois de convidá-lo para fazer a capa do meu livro, confiei-lhe a da Revista da Academia Paraibana de Letras a que foi animado por Ângela Bezerra e pelo seu velho amigo, Gonzaga Rodrigues. Assim, Milton entrou na história da APL, revestindo para sempre nossas ideias, palavras, discursos, ensaios, crônicas e poesias.
A Galeria dos ex-presidentes e ex-governadores do Estado da Paraíba, iniciada em 1948, permanecia incompleta com treze quadros a óleo, de José Lyra; havia retratos do ex-presidente Venâncio Neiva ao do ex-presidente Álvaro de Carvalho, na Sala Azul do Palácio da Redenção. Estava no IPHAEP, quando a então primeira dama Fátima Bezerra me solicitou que, em dois meses, completasse essa famosa Galeria. Com tão difícil tarefa, logo pensei no competente Milton Nóbrega que cuidou de indicar Valdemar Sena para as molduras e providenciou 28 fotografias a estilo óleo, tratadas por Hossein Albert Cortez. Milton faz parte dessa Galeria. Visitava Milton e ultimamente o encontrava cansado, mas nunca queixoso do trabalho, sempre trabalhador. Assim é o profissional de boa vontade, faz o melhor de si quando menos tem condições de fazê-lo... Enfim, o domínio da sua arte sempre conviverá com todos nós que restamos.
Com um “como dizia antes”, retornei a Milton Nóbrega que, há pouco, tinha feito a bandeira da Fundação Casa de José Américo, hoje hasteada também como marco desse batalhador. Depois de convidá-lo para fazer a capa do meu livro, confiei-lhe a da Revista da Academia Paraibana de Letras a que foi animado por Ângela Bezerra e pelo seu velho amigo, Gonzaga Rodrigues. Assim, Milton entrou na história da APL, revestindo para sempre nossas ideias, palavras, discursos, ensaios, crônicas e poesias.
A Galeria dos ex-presidentes e ex-governadores do Estado da Paraíba, iniciada em 1948, permanecia incompleta com treze quadros a óleo, de José Lyra; havia retratos do ex-presidente Venâncio Neiva ao do ex-presidente Álvaro de Carvalho, na Sala Azul do Palácio da Redenção. Estava no IPHAEP, quando a então primeira dama Fátima Bezerra me solicitou que, em dois meses, completasse essa famosa Galeria. Com tão difícil tarefa, logo pensei no competente Milton Nóbrega que cuidou de indicar Valdemar Sena para as molduras e providenciou 28 fotografias a estilo óleo, tratadas por Hossein Albert Cortez. Milton faz parte dessa Galeria. Visitava Milton e ultimamente o encontrava cansado, mas nunca queixoso do trabalho, sempre trabalhador. Assim é o profissional de boa vontade, faz o melhor de si quando menos tem condições de fazê-lo... Enfim, o domínio da sua arte sempre conviverá com todos nós que restamos.