NO DIA NACIONAL DO CICLISTA, O QUE COMEMORAR?

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Nada tem a sociedade para comemorar no dia Nacional do Ciclista, a não ser a continuidade das mortes da turma da “magrela”, por motoristas bêbados e irresponsáveis que deixam a cadeia mais rápido do que suas vítimas conseguem ser empurradas. Isso não é motivo para comemoração, mas de vergonha nacional!

Quantos ciclistas precisarão morrer esmagados por rodas de carros de motoristas bêbadas e irresponsáveis, para que a Justiça entenda que quem bebe, dirige e mata, assumiu o risco de cometer um crime de trânsito? Não adiantou muito as mudanças no Código de Trânsito se a Justiça não segue a lógica da responsabilidade por dolo premeditado sempre que um amante da “magrela” é esmagado no trânsito das grandes cidades! “Feliz Dia do Ciclista”, por qual motivo, se os usuários de bicicletas, mesmo quando usando ciclovias continuam morrendo esmagados pelas rodas bêbadas de motoristas irresponsáveis? Quando essa carnificina “vietiniamizada” vai acabar, será que nunca?

A deputada Solange Amaral (DEM/RJ), teve ótima visão social quando instituiu o Dia Nacional do Ciclista, instituindo mudanças no Código de Trânsito Brasileiro e prestando uma homenagem ao ciclista Pedro Davison, graduando em biologia, atropelado e morto em pleno eixo rodoviário do Distrito Federal, por um motorista com a habilitação vencida! O Código de Trânsito Brasileiro sofreu alteração e transformou crimes de trânsito sob efeito de álcool, em doloso. Só que a Justiça não aceita essa verdade que todo motorista bêbado assume o dolo da culpa quando dirige bêbado! Será que não tem no Brasil algum juiz que use bicicleta para se deslocar ao fórum e despachar seus processos? Acredito que não existam, porque todos eles usam seus próprios automóveis para ir e voltar do trabalho e estão pouco se importando com quem passa ao seu lado, pedalando sem pressa a sua bicicleta!

Na época em que foi instituído o projeto, existiam no país mais 50 milhões de bicicletas no Brasil, usadas, principalmente, por operários que, fugindo dos precários, lotados e caros meios de transportes coletivos optaram por esse meio de transporte não poluente, não depende de combustível, a não ser a força das pedaladas para ir e voltar ao trabalho. Será que nenhum Tribunal no Brasil reconhece isso? A Polícia prende, enquadra-o por crime doloso, envia ao Tribunal, mas a maioria dos juízes libera o motorista antes mesmo que o defunto possa ser enterrado, sempre com o argumento que o motorista não assumiu o dolo eventual da morte, mesmo quando está bêbado. Para que foi criado o Dia Nacional do Ciclista? Para que o STF julgou que motorista embriagado deve ser preso e responder pelo crime doloso no Tribunal do Júri se a decisão não é acatada pelos Tribunais? Para que o teste de bafômetro, o teste de sangue e o testemunho dos policiais na hora da prisão do infrator, se nada disso serve como prova de embriagues ao volante, perante a Justiça?

Pedro Davidson estava pedalando sua magrela pela faixa exclusiva demarcada, quando um motorista invadiu, o atropelou fugiu porque estava com CNH vencida. E por que estava vencida a CNH? Culpa de quem? Não interessa mais saber porque Pedro Davidson está morto e ainda existem motoristas dirigindo alcoolizados, em alta velocidade, infelicitando famílias e causando prejuízos milionários à nação. Sete anos depois do projeto, continua tudo como “dantes no quartel de Abrantes”.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 19/08/2014
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