Você nem sabe!
O mundo é bem grande, as pessoas é que não são. E acho que disso você já sabe.
É preciso algumas vezes pensar com o coração, e outras vezes com a razão. Mas e se a razão se esconder no coração? Acho que disso você também já sabe.
Afinal, do que você e eu ainda não sabemos? E isso não tem nada a ver com idade, não tem nada a ver com sabedoria e experiências. É só o mundo, o maior e mais sábio de todos nós (algo que você também já sabe) fazendo suas experiências. A verdade é que parece que de repente todo mundo está mostrando sua verdadeira face e realizando tudo o que tem vontade, e estas vontades estão ficando cada vez mais desproporcionais e vazias de valores que a humanidade tanto privava.
A impressão que tenho é de não nos assustamos mais com nada do que possa acontecer. Como se o maior absurdo de todos fosse extremamente normal. E a culpa? Nossa mesmo, muito obrigado.
Estamos de saco cheios demais para viver nossas vidas como humanos simples a que fomos propostos e queremos apenas saber de todas as novidades. Reservamos dinheiro para comprar a próxima tecnologia que ainda será lançada a dois anos, e que nem sabemos se vai ser realmente precisa a nossa vida. Guardamos espaço do nosso dia para conferir a timeline, curtir a foto dos amigos, e clicar mais e mais onde pudermos.
Queremos saber do nosso poder de mudar as coisas (desde que não seja preciso se levantar e nem largar do mouse), e nada que não seja online, ou com o objetivo de mais tarde estar online, parece ter graça para nós. Queremos engolir as informações e saber de tudo, tudo mesmo, ao nosso redor. E quem pode nos proporcionar está se especializando cada vez mais para isso. As mídias, os meios, o jornalismo, a publicidade e o marketing de forma geral estão ficando cada vez mais ao nosso gosto, se rendendo àquilo que inconscientemente propomos... O resultado é esse: nos preparamos para o assalto e ficamos contentes quando não levam apenas nossos documentos. Simplesmente sou um idiota e fora dos padrões se não tenho o mais recente modelo do Galaxy sei lá das quantas ou o Iphone 548.69.343.
É isso que falo sobre mostrar nossa verdadeira face, porque apesar de estarmos mais conscientes sobre o que queremos e o que nos faz bem, nos tornamos cada dia mais consumistas. Será então que não é essa a realidade? Viver para ter coisas? Afinal se o dia a dia de tanta gente é assim, essa gente toda está errada?... Isso sim é uma coisa que não sabemos e nem nunca vamos saber!
O egoísmo já vem como pré requisito em cada ser humano, como mais uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento do software, e principalmente, parece que o egoísmo é a base, a chave para que possamos ser quem gostaríamos que fossemos. Dá para entender? Simplesmente fazemos tudo errado para ter o certo, e não está dando certo!
É uma guerra, é o preço, é a novela, é a estrada, é o cinema, é o vizinho... Queremos e adoramos saber da vida dos outros, nos alimentamos das informações do alheio. Isso em parte não é ruim, mas assim: não fale mal do outro e nem deseje mal do outro. Não tenha tempo para fazer isso. É preferível que você fique sem respirar do que ficar praguejando e invejando. Mas nós fazemos isso, perdemos tempo fazendo isso! Vê se pode? Pode sim, e praticamos com maestria, e na linha dos acontecidos, logo logo teremos graduações específicas nas universidades: “Gestão de comentários e opiniões sobre a vida dos outros.” “Administração de inverdades alheias”. “Tendências e unidades de conhecimento de materialismo e futilidades. Esta última super concorrida nos vestibulares.
Então, faça ao contrário, por mais clichê que seja esta parte, não pense o mal: ocupe-se! E se tanta gente repete é porque vale a pena. As pessoas que se ocupam só pensando nas outras esquecem de si, não fazem pra si, e também não para os outros. Se isso ainda ajudasse a crescer, como uma boa ação, como solidariedade, mas não! Então pense o bem, deseje o bem, por mais batido, essa é a sua parte, então faça ela, porque é mais fácil do que você realmente a faz.
Acredito que a vergonha seja responsável por parte das coisas. Aquela vergonha mesmo de ser quem somos de verdade, aquela vergonha de falar em público, aquela velha vergonha que você já conhece. E a vergonha nada mais é do que o medo, a insegurança do que vão pensar de você. É neste momento que devemos ter a plena ciência: todos são iguais a mim, nem mais e nem menos. Cada um é diferente (tá mas não era igual?), enquanto personalidade, mas num geral de ser humano, somos iguais sim, e todos tem o direito de falar em público e dizer as suas verdades. Sobre o que vão pensar, que é o motivo pelo qual temos vergonha, isso não nos cabe, e devemos apenas retribuir, e ter a certeza de que estamos, bem, seguros e sabemos o que estamos fazendo. Alguém vai gostar, outros não vão e assim segue a vida. E ai mais uma vez estamos preocupados é com o outro e não com a gente mesmo... E sem vergonha poderíamos solucionar tanta coisa, ajudar tano a si mesmo, aos outros e ao próprio mundo ( que também sabe de tudo). Aqui uma dica hipócrita para enfrentar a vergonha: imaginem que quem está te vendo é menos do que você, não tem a capacidade e mérito que você tem. Isso é errado, mas adianta, depois volte tudo ao normal.
Então, nunca esqueça o porque você está fazendo as coisas, pois se você não sabe seus motivos, elas sairão mal feitas e não valerão a pena (provavelmente terá de fazer de novo). E nunca esqueça quem você é. Mas quem você é de verdade: sem roupas, sem suas bijus, abaixo das tatoos, do amor por toda as coisas materiais , sem a lente de contato, os óculos, a meia ou chapéu. Quem você sem a pasta carregada de documentos ou os livros pesados. Sem a vassoura em punho ou a varinha de condão. Longe dos óculos de sol e da roupa de molde de revista. Desprovido de todas as proteções e pensamentos sobre coisas e o universo que inventaram para você, este é seu verdadeiro eu. E comece então a trabalhar, a respeitar, a fazer as coisas pela sua integridade, dignidade, pelo seu espírito e não pelo seu corpo. “Majestifique” e vanglorie não aquilo que acaba, que se lava, que quebra e estraga, mas o que é para sempre, o que é você e ponto final.
É disto que o mundo sabe, e não te conta, e que você não faz idéia, e nem nunca vai fazer!