QUEM ESTÁ ERRADO?
Era a hora mais tardia do dia. O sol já se encaminhava para a linha do horizonte, indicando que já vinha o crepúsculo, o final da luz do sol naquele dia.
Ela sentara-se em um banco do aeroporto, para esperar a hora do seu voo que estava atrasado. Jornal em punho, analisava cada página sem muito interesse e a cada minuto, levava a mão no pacote de biscoitos que se encontrava a seu lado.
Logo sentou-se também no mesmo banco, um cavalheiro. Ele fazia o mesmo. Comia alguns biscoitos e lia seu jornal enquanto aguardava, um voo como a jovem.
Tão entretida, estava que nem viu quando foi que o homem havia se sentado a seu lado. Mas quando o viu, observava que o mesmo de vez em quando, comia biscoitos.
Achava um abuso mas não ligou. Continuou lendo seu jornal e disputar seus biscoitos com o homem a seu lado.
O homem, ao contrário, aborreceu-se e pensava a todo instante, como aquela jovem abusada comia seus biscoitos.
Ela sorria a cada vez que ele pegava um biscoito. Mas era um sorriso meigo, tranquilo e continuava a ler. Ele aborrecia-se a cada vez que ela pegava um biscoito.
A cena desenrolou-se por alguns minutos até que o último biscoito se foi. Se afastaram e cada um seguiu para um lado. O homem olhava furioso para a jovem e ela o olhava curiosa. Até que o cidadão enfiou a mão na bolsa para fazer o cheque-in para o embarque e lá dentro, encontrou, nada mais do que o seu pacote de biscoitos intacto.
Foi terrível. O homem ficou vermelho de vergonha e quase desmaiou de tão passado que ficou. Havia comido os biscoitos da moça e ainda a condenara daquele jeito. Gostaria de lhe pedir desculpas, mas ela havia desaparecido e entrado em outro avião.
Quantas vezes, Fazemos mal juízo das pessoas sem nos darmos conta de que o erro é nosso. É assim, o ser humano. Mas antes de tomar alguma atitude é preciso analisar o outro e todas as atitudes. E acima de tudo, ser generoso(a) com todos como a moça da mensagem acima. Sua generosidade, foi tamanha que levou o outro a se sentir culpado. Se ela não fosse tão generosa, poderia ter acabado mal esta história.
Quantos de nós, ao abrir um jornal, não se deparou com histórias de alguém que foi morto, por causa de coisas muito ínfimas, sem absoluta importância. Parece o final dos tempos. Mas na verdade é somente falta de generosidade. Falta de amor ao próximo.
Abraços.
Nilma Rosa